Texto: CORDEL ADOLESCENTE, Ó XENTE!
Cordel adolescente ó xente!
Sou mocinha nordestina,
meu nome é Doralice,
tenho treze anos de idade,
conto e reconto o que disse,
pois me chamo Doralice,
sou quem vende meu cordel
nas feiras lindas do longe
onde a poesia esconde
nas sombras do meu chapéu!
Eu falo tudo rimado
no adoçado da palavra
do Nordeste feiticeiro,
no meu jeito brasileiro,
aqui vim dizer e digo
que escrevo muito livro
que penduro num cordel,
todo fato acontecido eu
coloco no papel!
Vim pra feira, noutro dia,
armei a minha poesia
num cordel de horizonte.
Quem passasse no defronte
daquilo que eu vendia,
parava e me escutava,
pois sou mocinha falante,
declamava o que escrevia!roubou o beijo da boca
de Bertulina, a donzela.
Depois de assaltar o beijo,
perguntou o nome dela.
— Eu me chamo Bertulina,
moço, estou muito assustada,
sou tão moça, inda menina,
nunca antes fui beijada...
O senhor me assaltou,
não deu tempo pra mais nada...
Eu não sei o que que eu faço,
minha boca está molhada
como o orvalho da flor...
Será que seu beijo, ó moço,
em mim pousou... namorou?
Será que o gesto louco
teve um pouco de amor?
– Não sei se é fato, ou fita,
não sei se é fita, ou fato,
o fato é que você me fita,
me fita mesmo, de fato!
– respondeu o cangaceiro
em brincadeira e risada,
pulou sobre o seu cavalo
e partiu em galopada!
A lua tremeu nos olhos
De Bertulina, em lágrimas...A mocinha ficou louca
de gosto de amor partido
no alto do céu da boca!
Nem sabia que o amor
podia ser cangaceiro,
podia assanhar desejos
roubando o beijo primeiro!
Porque o primeiro beijo
é coisa muito esperada:
tem que ser algo de manso,
remanso, lagoa d’água...
Tem que ter um certo tempo,
coragem não revelada,
um perfume de jasmim,
um não s’esqueça de mim...
Quando numa noite quente
a lua ficou inchada,
o cavaleiro voltou.
Bertulina espiava de
dentro de uma paixão.
O moço viu Bertulina
e quis roubar outro beijo.
Foi aí que a mocinha
falou assim pro rapaz:
Antes de querer meu beijo,
por favor, moço,
me diga se o beijo é verdadeiro,ou se é ousadia,
assalto de cangaceiro! [...]
Eu me chamo Doralice
Bertulina do sertão.
Comigo só tem poesia
se rimar no coração.
Aprendi uma verdade
e verdade não se esquece:
tudo aquilo que se aceita...
pois é, a gente merece! (vou colocar as pergunta hein baixo me ajudem por favor )
em2672120:
qual é a pergunta?
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Resposta:
cadecadêcadê cadêcadêcadêcadê a pergunta?
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