Quando um cidadão, não por suas crueldades ou outra qualquer intolerável violência, e sim pelo favor dos concidadãos, se torna príncipe de sua pátria – o que se pode chamar de principado civil (e para chegar a isso não é necessário grandes méritos nem muita sorte, mas antes astúcia feliz), digo que se chega a esse principado ou pelo favor do povo ou pelo favor dos poderosos. É que em todas as cidades se encontram essas duas tendências diversas e isso nasce do fato de que o povo não deseja ser governado nem oprimido pelos grandes, e estes desejam governar e oprimir o povo. [...] O principado é estabelecido pelo povo ou pelos grandes, segundo a oportunidade que tiver uma dessas partes: percebendo os grandes que não podem resistir ao povo, começam a dar reputação a um dos seus elementos e o fazem príncipe, para poder, sob sua sombra, satisfazer seus apetites. O povo também, vendo que não pode resistir aos grandes, dá reputação a um cidadão e o elege príncipe para estar defendido com sua autoridade. O que ascende ao principado com a ajuda dos poderosos se mantém com mais dificuldade do que aquele que é eleito pelo próprio povo; encontra-se aquele com muita gente ao redor, que lhe parece sua igual, e por isso não a pode comandar nem manejar como entender. Mas o que alcança o principado pelo favor popular encontra-se sozinho e, ao redor, ou não tem ninguém ou muito poucos que não estejam preparados para obedecê-lo. [...] Quem se torna príncipe mediante o favor do povo deve manter-se seu amigo, o que é muito fácil, uma vez que este deseja apenas não ser oprimido. Mas quem se tornar príncipe contra a opinião popular, por favor dos grandes, deve, antes de mais nada, procurar conquistar o povo. (MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 39-40.) De acordo com o excerto extraído do livro O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, quais virtudes se encerram no principado a favor do povo e no principado a favor dos poderosos?
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Para Maquiavel, os governantes precisam aprender a não ser bons, superando os ditames morais e religiosos da época. A virtude política seria correspondente aos atributos que um bom líder precisa ter, devendo ajustar-se ao tempo.
Os governantes não deveriam ocupar-se da moral cristã, fazendo de tudo para que o fim devido fosse alcançado, não se importando em ser cruel se for o necessário para o bem do reino. Um príncipe cruel seria mais eficaz do que um bondoso.
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Resposta:
É correto o que se afirma em :A 1 e 2 . B 1 e 3 . C 2 e 3 .D 1 , 2 e 3?
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