qual é a relação e a origem dos escravizados africanos na América portuguesa?
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Resposta:
Presente em diversas civilizações ao longo da história, a escravidão é uma das modalidades mais antigas de exploração do homem pelo homem. No Egito dos faraós, na Grécia Clássica ou no Império Romano, boa parte das atividades produtivas era desenvolvida através do uso de escravos, normalmente obtidos a partir da detenção de inimigos de guerra. Com o passar dos anos, o trabalho escravo pôde ser observado em tantas outras sociedades, adquirindo características específicas de seu tempo.
Tendo chegado à Idade Moderna, a escravidão se caracterizou como a base da economia de muitas regiões. No continente africano, principal fornecedor de escravos do período, aprisionar os inimigos derrotados e explorá-los no cativeiro era prática amplamente utilizada pelas tribos vitoriosas em conflitos locais. A partir de então, muitos desses cativos eram vendidos a comerciantes estrangeiros, sobretudo europeus, gerando um lucrativo tráfico de escravos entre a África e o resto do mundo.
Com a expansão marítima portuguesa e a colonização lusitana sobre o litoral africano, boa parte desse vantajoso comércio de mão de obra escrava passou a ser controlado por negociantes portugueses. Levados sob péssimas condições nos porões dos “navios negreiros”, estes escravos tinham como principal destino as colônias europeias, notadamente aquelas de domínio português, e em que destaque o Brasil.
ESCRAVIDÃO NA AMÉRICA PORTUGUESA
Navio negreiro trazia os escravos para o Brasil (Foto: Reprodução)
Os primeiros escravos africanos chegaram ao Brasil em meados no século XVI, poucas décadas após a frota de Pedro Álvares Cabral aportar em nossas terras. Desde então a mão de obra escrava se mostrou fundamental às principais atividades econômicas desenvolvidas na América Portuguesa, como a agromanufatura açucareira nordestina e a extração de metais preciosos em Minas Gerais.
Entretanto, o trabalho escravo não se fazia presente somente nessas grandes atividades. As casas das famílias coloniais mais abastadas, por exemplo, possuíam um bom número de serviçais, os “escravos domésticos”. Havia ainda os “escravos tigres”, cujas obrigações eram de extrema importância em tempos de precário saneamento básico: deveriam levar tonéis cheios de fezes das casas ao local de despejo mais próximo. Por razões óbvias, tais escravos também eram chamados de “enfezados”.
Muitos escravos gozavam de grande confiança de seus senhores. Alguns, inclusive, eram escolhidos para comercializarem seus produtos em lugares distantes do cativeiro. Conhecidos como “escravos de ganho”, circulavam pelas cidades e em outros centros de comércio, exemplificando o relevante grau de autonomia que alguns escravos possuíam.