No Brasil do início do século XX, nota-se uma nítida divisão entre defensores de uma estética conservadora e os de uma estética renovadora, que atinge seu clímax na Semana de Arte Moderna de 1922. Mário de Andrade, autor do texto a seguir, coloca-se entre os defensores de uma nova estética.
Belo da arte: arbitrário, convencional, transitório – questão de moda. Belo da natureza: imutável, objetivo, natural – tem a eternidade que a natureza tiver. Arte não consegue reproduzir natureza, nem este é o seu fim. Todos os grandes artistas, ora conscientes (Rafael das Madonas, Rodin de Balzac, Beethoven da Pastoral, Machado de Assis do Braz Cubas) ora inconscientes (a grande maioria) foram deformadores da natureza. Donde infiro que o belo artístico será tanto mais artístico, tanto mais subjetivo, quanto mais se afastar do belo natural. Outros infiram o que quiserem. Pouco me importa.
(Mário de Andrade. Poesias completas. São Paulo: Livraria Martins Editora, s.d. p. 19)
Com base no poema e nos conhecimentos sobre o Modernismo brasileiro assinale é correto afirmar que
a) A função do artista moderno seria imitar a natureza; a obra, portanto, deveria ser interpretação fiel do mundo natural.
b) O belo da arte deve ser entendido como uma interpretação da natureza segundo critérios objetivos e eternos.
c) O modernismo brasileiro propunha o desenvolvimento de uma arte livre das limitações impostas pelo academicismo e da concepção tradicional do belo.
d) O poema critica os grandes artistas do Renascimento e do Classicismo por suas concepções subjetivas.
e) Os grandes artistas do passado tinham consciência de sua importância na determinação dos caminhos para a arte do futuro.
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Alternativa C - o modernismo brasileiro propunha o desenvolvimento de uma arte livre das limitações impostas pelo academicismo e da concepção tradicional do belo.
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