Examine a seguinte matéria jornalística:
Sem-teto usa topo de pontos de ônibus em SP como cama
Às 9h desta segunda (17), ninguém dormia no ponto de ônibus da rua Augusta com a Caio Prado. Ninguém a não ser João Paulo Silva, 42, que chegava à oitava hora de sono em cima da parada de coletivos.
“Eu sempre durmo em cima desses pontos novos. É gostoso. O teto tem um vidro e uma tela embaixo, então não dá medo de que quebre. É só colocar um cobertor embaixo, pra ficar menos duro, e ninguém te incomoda”, disse Silva depois de acordar e descer da estrutura. No dia, entretanto, ele estava sem a coberta, “por causa do calor de matar”.
Por não ter trabalho em local fixo (“Cato lata, ajudo numa empresa de carreto. Faço o que dá”), ele varia o local de pouso. “Às vezes é aqui no centro, já dormi em Pinheiros e até em Santana. Mas é sempre nos pontos, porque eu não vou dormir na rua”.
(www1.folha.uol.com.br, 19/03/2014. Adaptado).
a) Qual é o efeito de sentido produzido pela associação dos elementos visuais e verbais presentes na imagem acima? Explique.
b) O vocábulo “pra”, presente nas declarações atribuídas a João Paulo Silva, é próprio da língua falada corrente e informal. Cite mais dois exemplos de elementos linguísticos com essa mesma característica, também presentes nessas declarações.
Anexos:
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161
a) O efeito é a ironia, pois a propaganda no ponto de ônibus onde o morador de rua passou a noite fala sobre conforto segurança e beleza, enquanto o ocupante está passando pela situação oposta a isso e não tem acesso a esses "benefícios".
b) "cato lata"; "de que quebre"
b) "cato lata"; "de que quebre"
Respondido por
42
Olá Guiherme, Tudo bem?
Primeiramente boa tarde.
a) Coincidentemente, uma ironia foi construída, já que os adjetivos da propaganda e o termo “aqui” promovem uma relação de sentido entre a propaganda do ponto de ônibus e a condição do morador de rua que não são afins. Isso porque enquanto os passageiros têm conforto ao esperar ônibus numa parada esteticamente bonita, o morador de rua sofre com a falta de moradia.
b) Os exemplos de coloquialidade são “calor de matar”, “faço o que dá”.
Espero ter ajudado. Bons estudos.
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