Eça de Queirós, numa carta endereçada ao historiadorportuguês Oliveira Martins, formulou o seguinte comentário sobre o livro A vida de Nun’ Alvares, personagemhistórico da Revolução de Avis [1383-1385]:"... não me agradam muito certas minudências do detalheplástico, como a notação dos gestos, etc. Como os sabestu? Que documento tens para dizer que a Rainha, numcerto momento, cobriu de beijos o Andeiro, ou que o Mestre passou pensativamente a mão pela face? Estavas lá?Viste? Esses traços, penso eu, não dão mais intensidadede vida, e criam uma vaga desconfiança."(Eça de Queirós. Correspondência)O que o romancista Eça reprovava no historiador Martinsera o emprego de uma narrativa(A) que se descolava da base comprobatória, referindose a fatos sem correspondência testemunhal.(B) voltada para detalhes da realidade, esquecendo fatos significativos do processo de revolução social.(C) que apresentava uma sucessão inverossímil dosacontecimentos, deixando imprecisos os vínculosentre os episódios.(D) baseada na análise indutiva, implicando o uso depoucas conclusões e de raras generalizações conceituais.(E) caracterizada por uma visão pessimista da históriaportuguesa, desacreditando qualquer projeto de mudança social.
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Letra a.
Nota-se que Eça de Queirós realiza evidente críticas à ausência de dados que possam ser comprovados, logo, estes são responsáveis por transmitir uma falsa ideia de realidade, gerando grande desconfiança de quem lê o que fora retratado.
Assim, é essencial, segundo a visão de Eça de Queirós, que os dados apresentados em texto possam ser comprovados, e não vagos, como anteriormente apresentados, e que não foram testemunhados.
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