Leia o depoimento de um trabalhador migrante na região de Ribeirão Preto (SP):O meu pai tem uns 6 alqueire de terra no Vale do Jequitinhonha. Quando a chuva não segura a planta, a gente vem para cá paraganhar dinheiro e manter a vida lá. Tem muitos que ficam esperando o ‘gato’ ir buscar. Eu venho por minha conta e aqui vouprocurar trabalho nas usinas. O pessoal fica esperando o ‘gato’ porque não tem dinheiro para pagar a passagem. O ‘gato’ chegacom o dinheiro e anima o pessoal, faz a cabeça da turma dizendo que em São Paulo dá para ganhar dinheiro. Para trazer opessoal, o ‘gato’ empresta um pouco de dinheiro para a viagem e adianta alguns trocados para a família que fica. Ostrabalhadores já chegam endividados nos alojamentos.(NOVAES, J. R.; ALVES, F. No eito da cana. Exploração do trabalho e luta por direitos na região de Ribeirão Preto –SP, Rio deJaneiro, 2003. p.37)Considerando o depoimento apresentado, é correto afirmar:(A) Diferentemente do trabalhador natural da região de Ribeirão Preto, o migrante não é um trabalhador livre. O ‘gato’ compraos ‘bóias-frias’ no Nordeste para vendê-los aos proprietários das usinas em São Paulo.(B) Na migração do norte de Minas Gerais para a região canavieira em São Paulo, o ‘gato’, o intermediário entre patrões etrabalhadores migrantes, é considerado como um elemento carregado de caracteres negativos.(C) A modernização e a mecanização da produção canavieira implicaram uma enorme ampliação da demanda demão-de-obra, um crescimento dos fluxos migratórios e uma considerável melhora das condições de vida.(D) O combate aos ‘gatos’ e ao trabalho escravo de migrantes no corte da cana no Vale do Jequitinhonha foi iniciado com acriação do Grupo de Repressão ao Trabalho Forçado (GERDRAF), que inclui o Ministério de Trabalho, a Polícia Federal e oMinistério de Justiça.(E) Os depoimentos caracterizam os processos tradicionais de colonização e nomadismo já estudados pela Geografia noprocesso de ocupação do norte do Paraná na década de 1940.
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Letra A: pode-se dizer que o 'gato' acaba endividando os bóias-frias, tornando-os efetivamente escravos, de modo que os migrantes que vão para a região em questão acabam sendo enganados e levados ao trabalho forçado.
É fundamental que haja grupos como o GERTRAF, o chamado Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Forçado, visto que infelizmente ele ainda ocorre em nossa realidade. Trabalhadores são basicamente ludibriados e escravizados via endividamento.
Abraços!
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