de qual escola literária é o livro Seara vermelha de Jorge Amado
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Resposta:
Explicação:
A obra está enquadrada na ótica explicitamente ideológica do escritor. Faz parte de sua fase de militância política. Depois de tecer sobre a sorte do migrante nordestino que se arrasta rumo à morte querendo chegar em São Paulo, ele mostra como nasce a violência no campo e, inclusive, o fanatismo religioso. Os cangaceiros e os novos messias surgem a partir das injustiças sociais e o desprezo do estado.
Há uma importante mudança de cenário: a narrativa não se passa na Cidade da Bahia e seu Recôncavo, nem à vista dos cacauais do eixo Ilhéus-Itabuna. Jorge Amado abandona a zona do cacau, e localiza o relato no sertão baiano.
É a saga de uma família de retirantes compulsórios, gente expulsa de terras nordestinas, que toma o rumo de São Paulo. A pé. A viagem é um rol de aflições, de fome e de morte. Do grupo inicial de onze retirantes, apenas quatro chegam a uma fazenda de café. Além disso, Jorge Amado descreve as trajetórias de três filhos do casal de retirantes, que tinham partido de casa antes dos pais: o soldado João, o jagunço Zé Trovoada e o cabo Juvêncio, que serve na fronteira com a Colômbia, participa do levante comunista de Natal (novembro de 1935), vai parar no presídio de Ilha Grande e, depois da anistia, retoma os passos de sua vida militante.
Seara Vermelha reflete a injustiça e o desamparo dos pobres explorados pelos senhores feudais do Nordeste brasileiro. A lúcida perspectiva da personagem feminina, exemplo de esperança, contrapõe-se ao mundo masculino, questionando as decisões que afastam os homens das suas raízes. Os seus três filhos representam a tríplice resposta que pode ser dada à crueldade dos poderosos: José vinga-se pela via do cangaço, João procura as respostas messiânicas e Juvêncio, o grande herói deste romance, reage aderindo às lutas sociais.