História, perguntado por Jaqueline5111, 1 ano atrás

A guerra constitui um claro exemplo de como a História, sem ser arbitrária, é um trabalho de criação que pode servir a vários fins. Na versão tradicional da historiografia brasileira, o conflito resultou da megalomania e dos planos expansionistas do ditador paraguaio Solano López. Membros das Forças Armadas — especialmente do Exército — encaram os episódios da guerra como exemplos da capacidade militar brasileira, exaltando os feitos heroicos de Tamandaré, de Osório e, em especial, de Caxias. Nas escolas brasileiras, pelo menos até alguns anos, admirávamos esses heróis e olhávamos com desdém para a figura sisuda do barbudo Solano. (...) Na década de 1960, surgiu entre os historiadores de esquerda, como o argentino León Pomer, uma nova versão. O conflito teria sido fomentado pelo imperialismo inglês. O Paraguai era um país de pequenos proprietários que optara pelo desenvolvimento autônomo, livrando- -se da dependência externa. Brasil e Argentina definiam-se como Nações dependentes, baseadas no comércio externo e no ingresso de recursos e tecnologia estrangeiros. Esses dois países teriam sido manipulados pela Inglaterra para destruir uma pequena Nação cujo caminho não lhe convinha. Além disso, os ingleses estariam interessados em controlar o comércio do algodão paraguaio, matéria-prima fundamental para a indústria têxtil britânica. Essa interpretação está muito ligada às concepções correntes na esquerda latino-americana das décadas de 1960 e 1970. Pensava-se naqueles anos que os problemas do continente resultavam basicamente da exploração imperialista. A Guerra do Paraguai seria um exemplo a mais de como a América Latina, ao longo do tempo, tinha apenas trocado de dono, passando de mãos inglesas para estadunidenses. Nos últimos anos, a partir de historiadores como Francisco Doratioto e Ricardo Salles, surgiu uma nova explicação. Não se trata da última palavra no campo da História, mas de uma versão menos ideológica, mais coerente e bem apoiada em documentos. Ela concentra sua atenção nas relações entre os países envolvidos no conflito. Tem a vantagem de procurar entender cada um desses países a partir de sua fisionomia própria, sem negar a grande influência do capitalismo inglês na região. Chama a atenção, assim, para o processo de formação dos Estados nacionais da América Latina e da luta entre eles para assumir uma posição dominante no continente.

a) Em que consistia a “versão” tradicional da historiografia brasileira acerca da Guerra do Paraguai?
b) Explique os fundamentos da versão defendida pela historiografia de esquerda dos anos 1960 e 1970. Que papel o “imperialismo” exerce nessa interpretação?
c) Segundo Boris Fausto, por que as explicações surgidas nos últimos anos apresentam maior coerência?

Soluções para a tarefa

Respondido por Sabrinaalmeid4
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Olá, 

 O texto em questão retrata as diversas opiniões a cerca da guerra do Paraguai, seus motivos e as ideologias que a rondam, sendo assim:

a: 
Na versão, tradicional da historiografia brasileira , o conflito resultou da megalomania e dos planos expancionistas do ditador paraguaio Solano Lopes, ou seja, na versão brasileira exalta os atos heroicos do militares brasileiros ao combaterem as ideias de expansão, que eram vistas como um perigo para o Brasil, do Imperado Paraguaiano.

 b: Para esta ideologia, o imperialismo Inglês teria incentivado a guerra, ou seja, Brasil e Argentina teriam sido manipulados pela Inglaterra para destruir uma pequena nação cujo caminho não lhe convinha, e segundo este pensamento este incentivo se deu porque a Inglaterra, mantinha o interessado em controlar o comércio do algodão paraguaio, que era a matéria-prima fundamental para a indústria têxtil britânica.

c) De acordo com o texto, essa versão mais atual ela é mais coerente e bem apoiada em documentos. Ela observa os conflitos na visão individual de cada país, observando seus interesses e singularidades, ou seja é uma visão que analisa cada parte para compreender o geral, ao mesmo tempo que não nega a grande influência do capitalismo inglês na região.
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