(Unicamp-SP) Os versos seguintes fazem parte do poema “Um chamado Joào", de Carlos Drummond de Andrade, em homenagem póstuma ao escritor João Guimarães Rosa. Leia-os. Um chamado João João era fabulista? fabuloso? fábula? Sertão místico disparando No exílio da linguagem comum? Projetava na grava tinha A quinta face das coisas Inenarrável narrada? Um estranho chamado João Para disfarçar, para farçar O que não ousamos compreender? [..] Carlos Drummond de Andrade, publicado em Joào Guimarães Rosa. Sojorono. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 2001. Na segunda estrofe, há dois processos muito interessantes de associação de palavras. Em “inenarrável/ narrada' encontramos claramente um processo de derivação. Em “disfarçar/farçar", temos a sugestão de um processo semelhante, embora “farçar" não conste dos dicionários modernos. a) Relacione o significado de "inenarrável” com o processo de sua formação; e o de “farçar" na relação sugerida no poema, com “disfarçar”. b) Explique como esses processos contribuem na construção do sentido dessa estrofe.
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a) A construção do nome inenarrável foi por meio da prefixação, a colocação do “in” que significa uma negação. O “in” é a maneira de negar a palavra narrar, sendo portanto, inenarrável alguma coisa, não tem possibilidade de narrar. Disfarçar é o mesmo que esconder assim “farçar” tem sentido de mostrar, revelar.
b) Esse mecanismo de linguagem foi muito utilizado por Guimarães Rosa, ele era adepto de um vocabulário próprio. Guimarães Rosa era descrito como um escritor de difícil compreensão, por causa do uso desses recursos em seus textos. Por isso, os versos falam de disfarces e de realidades as quais não temos condições de compreender.
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