Uma reconhecida marca de produtos de limpeza foi alvo de protestos e taxada de sexismo após veicular em grandes centros urbanos uma propaganda de sabão em pó. A peça publicitária era constituída por fotos de diferentes mulheres ao lado de diferentes modelos de máquina de lavar e trazia em seu slogan a ideia que seu produto, o sabão anunciado, era a única verdadeira solução, pois servia para qualquer mulher e para qualquer máquina de lavar. Um site que faz denúncias de mensagens sexistas em anúncios se pronunciou à respeito da propaganda: "Lavar roupas é uma tarefa que aparentemente exige três ingredientes fáceis de encontrar: mulher, máquina de lavar e sabão em pó, porque só mulher suja a roupa, e só elas podem lavá-las. Nesse universo não existe homem que mora sozinho e nem homem que divide as tarefas em casa?" Uma visão mais crítica sobre o que outrora seria considerado inofensivo tem conquistado sempre mais espaço na sociedade. A questão envolve os chamados papéis de gênero, que classificam roupas, posturas, tarefas, atividades profissionais etc., de acordo com o costume social que divide os comportamentos em masculinos e femininos, muitas vezes de modo assimétrico e até injusto. Pensando nisso, seu desafio começa agora: pense sobre a postura crítica do site em relação à propaganda de sabão em pó. Você considera pertinente a acusação de tratar-se de uma propaganda sexista? Não deixe de justificar sua resposta.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Cada vez mais propagandas como a descrita no desafio têm sido alvo de questionamentos relativos à questão de gênero. Com a inclusão de novos paradigmas que promovem um tratamento mais igualitário entre homens e mulheres e que propõem uma atitude não discriminatória a partir da diferença de gêneros, é saudável que antigos padrões de discurso sejam lidos de maneira crítica. Isso inclui, claramente, o universo publicitário e outras formas de representação dos papéis de gênero na mídia em geral.
Há um dado em relação à propaganda que foi propositalmente omitido. Trata-se de uma peça publicitária veiculada no final dos anos 90 e, talvez por isso, a intenção original dos publicitários envolvidos não seja de fato sexista. Em todo caso, é esperado que o aluno perceba que a propaganda apresenta um esteriótipo, ainda bastante enraizado em nossa sociedade, de que lavar roupa é "coisa de mulher". Ora, é importante que uma mudança de postura em relação ao tratamento desigual dado aos gêneros verse inclusive sobre essas pequenas formas de perpetuar costumes tão antigos quanto infundados, do ponto de vista do desenvolvimento de gênero.
Explicação: