Question

Texto: A tradição oral africana
Por muito tempo, a historiografia ocidental afirmou que um povo sem escrita era um povo sem história e sem cultura. Assim, a África, onde sempre prevaleceu a tradição oral, foi relegada a uma posição de inferioridade (etnocentrismo e darwinismo social).
Na década de 1960, historiadores africanos criticaram essa visão e passaram a pesquisar a história da África sob a perspectiva dos africanos. Assim, voltaram-se para as fontes orais, sobretudo para os griôs (griots, em francês) – contadores de histórias responsáveis por preservar a memória dos acontecimentos de seu povo, reforçando sua identidade.
A primeira obra a usar a tradição oral foi Sundjata Keita ou a epopeia mandinga, de Djbril Tamsir Niane (1960), que conta a história da fundação do Império do Mali.

Leia, a seguir, o que alguns estudiosos afirmam sobre o tema.
Para o [...] malinês Amadou Hampâté Bâ [...], este tipo de pensamento [de que um povo sem escrita é um povo sem passado] é limitado, equivocado, pois toma como cultura apenas aquilo [de] que encontramos evidências, ou seja, a escrita registrada sobre um suporte físico. Advém daí a necessidade de escrever a história dos povos da África, longe do binômio colonizador- colonizado, afastando o mais possível da historiografia colonial.
Nas palavras de Chimamanda Adichie [...], tomar como evidência apenas um lado da narrativa é correr o risco de uma história única, que prioriza apenas uma versão dos fatos. Segundo a autora, “[...] é impossível falar sobre uma única história sem falar sobre poder”. [...]
A imparidade historiográfica africana está ligada [...] à oralidade como elemento legítimo e válido para se pensar a história, pois é através desta, centrada também na ancestralidade, coletividade do grupo e na identidade, que o indivíduo africano é constituído e construído socialmente. [...] Em África a oralidade precede a escrita. [...]
J. Ki-Zerbo [...] afirma que o movimento de reescrita da história africana não se trata de “construir uma história-revanche, que relançaria a história colonialista como um bumerangue contra seus autores, mas de mudar as perspectivas e ressuscitar imagens esquecidas ou perdidas”. A historiografia ocidental dominante realiza uma análise unilateral que prioriza muito mais o documento escrito exposto sobre um suporte físico do que a tradição oral, não dando voz a esta história.

1 - No que diz respeito à África, o que Amadou Hampâté Bâ e J. Ki-Zerbo sugerem para acabar com a ideia de que um povo sem escrita é um povo sem história?
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2 - O que Chimamanda Adichie quer dizer com a ideia de “única história” ao se referir à África e aos africanos?
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3 - Aponte o trecho do texto que apresenta uma explicação sobre a importância da oralidade para as populações africanas.
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4 – Diante do que foi exposto, podemos afirmar que os griots cumprem um importante papel para os povos africanos? Explique.
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Answer 1

Resposta:

I'm sorry I didn't understand