História, perguntado por tainamartinsnunes98, 1 ano atrás

resumo do texto Maria Lacerda de Moura e a condição da mulher

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Respondido por widurunul
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Resposta:“Seus escritos trazem questões datadas e também questões ainda muito atuais”, escreveu, em um artigo, a professora Miriam Moreira Leite, estudiosa da vida de Lacerda e diretora do documentário Maria Lacerda de Moura – Trajetória de uma Rebelde (2003).

Moreira Leite afirma que a luta da feminista centrava-se no “esclarecimento da mulher sobre sua situação de escrava da família e do marido, ou sua marginalização como solteirona ou prostituta”, e era posta em prática pela ideia de que as mulheres e as classes oprimidas em geral só conseguiriam qualquer tipo de emancipação quando alcançassem a liberdade intelectual: “Enquanto não souber pensar [a mulher] será instrumento passivo em favor das instituições do passado. E ela própria, inconsequente, trabalhará pela sua escravidão”, escreveu em 1922.

Esta emancipação intelectual era algo que ela mesma reconhecia, por experiência própria, como algo de difícil alcance. Por isso, esforçava-se para militar na esfera da educação, e falava, em seus textos, sobre tudo aquilo que julgava ser opressor: “Seus temas vão desde o Estado e o serviço militar obrigatório aos métodos de contracepção e a uma noção muito específica de amor”, explica a professora Ana Lúcia Ferraz, co-diretora do documentário. “Sua posição diferia de todas as outras em sua época. Por isso, ela não foi adotada por nenhum movimento.”

Anarquista, Lacerda não deixou de questionar o próprio anarquismo ao perceber que o movimento repudiava o sistema de educação comunista da União Soviética, que ela achava um bom modelo. Sufragista, colocou em xeque o movimento pelo voto feminino porque percebeu que as militantes também exploravam outras mulheres, mais pobres, nos trabalhos domésticos. Feminista, criticou o feminismo do início do século 20, pois entendia que a palavra “feminismo” estava perdendo seu significado de luta e se tornando uma espécie de moda – razão pela qual não poderia aceitar “nem o feminismo de votos, muito menos o feminismo de caridade”, como escreveu em texto de 1928.

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