Resumo da matéria Reinos Africanos
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Os reinos africanos simplesmente não tiveram contato com outros povos até o século VII, que foi quando os árabes se aproximaram, levando à África a cultura do comércio e do islamismo. Entre os grandes reinos que se desenvolveram por lá, destacam-se os reinos de Ghana, Mali e Songhai, na ordem cronológica.
O Reino de Ghana ocorreu no século IV, embora só tenha ganhado representatividade no século VII, em especial devido à riqueza em ouro que a área possuía, o que atraiu, e muito, o interesse dos árabes. Foi nessa época que o comércio se intensificou em Ghana, que criou o primeiro cargo de “ministro do comércio”, sendo este responsável por controlar e taxar as importações e exportações.
Esse era um reino notável pela organização administrativa, com subdivisões no governo, sistema de cobrança de impostos, espécies de províncias e organização política. Na economia local, as principais atividades eram o comércio com os árabes, a agricultura, a pecuária e a mineração. O Reino de Ghana esteve no governo até o ano de 1240, que foi quando o Rei Sundiata Keita, do Reino de Mali, conquistou o poder.
Tratando-se de um estado da África Ocidental, o Reino de Mali manteve-se no governo entre os séculos XIII e XIV. Dos três grandes reinos da África, esse foi o que mais se extendeu territorialmente, tendo o seu apogeu no século XIV, durante o reinado de Mansa Musa, que se converteu ao islamismo.
Durante a governança do Império de Mali houve a peregrinação à Meca, na qual Mansa Musa fez-se acompanhar por mais de 15 mil servos, dezenas de camelos e muito ouro. Quando voltou ao seu local, foi responsável por construir escolas religiosas inspiradas na cultura do Islã em Tombuctu, que era a capital, e também pelas prósperas relações comerciais com os árabes.
Representando um dos maiores impérios da história, o Reino de Songhai dominou o continente do século XV ao século XVI, com sua base de poder instalada acerca do Rio Níger. Ao contrário do Reino de Mali, os Songhai não eram simpáticos ao islamismo e travavam lutas com os muçulmanos, liderados por Sonni Ali, que morreu em 1492 sem deixar descendentes.
Após a morte de Sonni Ali, a volta do islamismo foi inevitável na África, porém dessa vez endurecendo as relações com o cristianismo e propagando o enfrentamento. Nesse período, no entanto, foram realizadas profundas reformas na educação, houve a criação de um sistema bancário, entre outras conquistas. Em 1591, o Império de Songhai foi desconstituído pelo Marrocos.
Século XV: relações entre África e o Ocidente
Nesse período, foi quando ocorreu a inserção dos missionários, principalmente os ingleses, na África. Esses povos se esforçavam em evangelizar os africanos e tinham o desejo de acabar com a dominação dos reinos e, principalmente, com os ritos religiosos peculiares da África. Eram eles os anglicanos, metodistas, presbiterianos e batistas, além de alguns luteranos e calvinistas da Alemanha. Essas missões aconteceram entre 1860 e 1880.
Essa cultura ocidental tinha o objetivo principal de converter os africanos ao cristianismo, encabeçados principalmente por missionários de Alemanha, Inglaterra, França, Holanda, Suécia e Estados Unidos. Em geral, os missionários eram abolicionistas e propagavam o acordo realizado pelo Congresso de Viena. Eles defendiam a regeneração da África pela África, sem intervenção das metrópoles e encontraram resistência por parte dos povos africanos.
Descolonização Africana
Esse é um problema pelo qual o continente passa até hoje. Mesmo com a retirada das nações da Europa e as proclamações de independência, a África não conseguiu, ainda, resolver os seus impasses e conflitos mais antigos. Abordando esse breve resumo da história da África, fica nítido que não é possível abordar apenas uma cultura ou etnia, pois o continente é multicultural e multiétnico.
Diversos países da África se envolveram em guerras civis logo após a proclamação da independência, enquanto outros países foram deixando para resolver as “pendências” posteriormente. Foram todas essas construções da história africana que tornaram o continente com as características atuais, norteadas pela violência, miséria, fome e guerras constantes.