Quem criou as noções de gênero e espécie na Biologia?
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Resposta:
O conceito de género é um dos mais antigos na moderna taxonomia, tendo as suas raízes no pensamento categorizador dos filósofos greco-latinos e na necessidade, recuperada e aprofundada durante a Renascença europeia, de incluir os seres vivos em categorias que permitissem o seu mais fácil reconhecimento e ajudassem a compreender a ordem existente sob o aparente caos da biodiversidade.
Deve-se a Gaspard Bauhin e a Joseph Pitton de Tournefort (1656-1708) a introdução do conceito de género na moderna sistemática, recuperando e clarificando uma ideia que estava já presente na História Natural desde os tempos de Aristóteles. A partir do trabalho de Bauhin e dos metodistas que se lhe seguiram, o conceito foi formalizado por Carolus Linnaeus nas suas obras Systema naturae per regna tria naturae, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus differentiis, synonymis, locis (1735) e Species Plantarum (1753), as quais lançaram os fundamentos da moderna classificação binomial.
A partir da obra lineana e da codificação das normas de classificação biológica, o conceito de género passou a ser central em toda a sistemática biológica, rivalizando apenas em importância com o conceito de espécie como unidades fundamentais do sistema classificativo.
Na moderna taxonomia, o nome de cada género é associado de forma permanente a uma espécie-tipo, a qual por sua vez tem a sua descrição ancorada num espécime-tipo preservado numa qualquer instituição científica. Esta ligação permite associar de forma unívoca cada género a um conjunto cuidadosamente delimitado de características morfológicas e funcionais e a um genoma bem definido, permitindo eliminar ambiguidades e incertezas quanto ao taxon em si e aos taxa que lhe ficam associados.
Quando a evolução dos conhecimentos científicos permite definir e comprovar novos géneros, ou eliminar algum dos existentes, as espécies que lhe estavam associadas são redistribuídas na nova ou novas estruturas taxonómicas. Os nomes genéricos obsoletos, mantendo a ligação à espécie tipo, passam a ser sinónimos taxonómicos do género em que esta for incluída. Os códigos de nomenclatura biológica e as regras de classificação científica estabelecem as normas pelas quais se rege a criação e extinção de géneros.
As fronteiras entre géneros têm variado com a evolução dos conhecimentos científicos e estão em boa parte dependentes da biodiversidade específica do filo em que o género se insira. Em filos ricos em espécies, como por exemplo entre os artrópodes, os géneros têm um âmbito bem mais largado do que por exemplo entre os mamíferos: usando o critério seguido no agrupamento de espécies de insectos, os humanos e os bonobos pertenceriam a um mesmo género, o que se não verifica.
Explicação: espero ter ajudado...