qual foi a importancia de Robespierre para a Revolução francesa?
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Robespierre foi o líder dos revolucionários durante o Período do Terror (segunda fase da revolução), que foi marcado, ao mesmo tempo, por importantes conquistas sociais e pelo uso da violência política, de modo que Robespierre é ao mesmo tempo um símbolo positivo e negativo da revolução.
Foi durante o período que, por exemplo, discutiu-se o fim da escravidão (que só seria efetivada no Século XIX), a expansão da participação cidadã e mesmo o fim da colonização, ao mesmo tempo em que foram executados os "inimigos do povo", sendo o período marcado por características igualmente boas e terríveis.
Resposta e explicação:
Maximilien Robespierre, nascido em 6 de maio de 1758 e falecido em 28 de julho de 1794, foi um jurista e político francês.
Destacou-se como líder dos jacobinos e presidiu a França durante a fase mais caótica da Revolução Francesa, o Período do Terror.
Robespierre foi uma figura central no processo revolucionário francês e seu rigor o levou a executar os suspeitos de serem anti-revolucionários e ganhou o apelido de "Incorruptível".
Entretanto, levou a cabo importantes mudanças sociais como a abolição da escravidão nas colônias, a elaborar a Constituição Francesa de 1793 ou o estabelecimento do culto ao Ser Supremo, com o objetivo de substituir a religião católica.
Ironicamente, Robespierre teria o mesmo destino dos seus inimigos e morreria guilhotinado em 28 de julho de 1794.
Robespierre e o Período do Terror
Após a Queda da Bastilha, os revolucionários pensavam que seria possível estabelecer uma monarquia constitucional.
O cenário, porém, muda com a tentativa de fuga do rei Luís XVI para a Áustria. A partir daí acabam as esperanças de transformar o regime monárquico e várias facções revolucionárias desejam instituir a república.
Da mesma forma, vários revolucionários desejam declarar guerra ao Império Austríaco, mas Robespierre é contra, pois ele avalia que será um longo conflito.Igualmente, não desejava entregar todo o poder aos militares, com medo que estes possam dar um golpe contra os jacobinos.
Os Girondinos, por sua parte, são favoráveis à guerra, pois eles apostavam por uma derrota e assim, tomar o poder dos jacobinos. O conflito começa em abril de 1792 e a França consegue deter os austríacos.
Sem apoio e acusado de haver colaborado com os austríacos, a família real é presa e a República Francesa é proclamada em 29 de setembro de 1792.
Luís XVI é julgado como traidor e condenado à morte, sendo executado na guilhotina em janeiro de 1793. Sua esposa, a rainha Maria Antonieta, seria morta no mesmo ano. Robespierre assina a sentença e comenta que "o rei devia morrer para que o país pudesse viver".
Comitê de Salvação Pública
Os ânimos estão cada vez mais exaltados, porque certas províncias francesas não reconhecem a autoridade da Convenção Nacional. Para controlar os ânimos, Robespierre concentra cada vez mais o poder em si mesmo e se utiliza da intimidação e de condenações à morte para controlar seus adversários.
Desta maneira, são criados, pelos membros da Convenção Nacional, o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário. O objetivo destas instituições era ajudar os membros da Convenção Nacional a implantar medidas defendidas pela Revolução como a igualdade social. O Comitê também estabeleceu a educação pública, universal e laica e hospitais gratuitos.
No entanto, o Comitê acabou se tornou uma espécie de órgão fiscalizador que julgava aqueles que eram considerados moderados ou antirrevolucionários.
Calcula-se que o Comitê tenha mandado à guilhotina 2639 pessoas, somente em Paris. Não por acaso, essa época ficará conhecida como Período do Terror ou Terror Jacobino.
Robespierre e Danton
Uma das vítimas da perseguição de Robespierre foi o seu amigo Georges Danton, um advogado que vivia em Paris e era o líder dos Cordeliers.
Danton era mais flexível que Robespierre e conseguia circular nos vários grupos políticos naquele tempo conturbado. Isso lhe deu notoriedade, mas trouxe muitos inimigos, pois o acusavam de receber suborno de grupos monarquistas e de ser "não-revolucionário".
Ao lado de Robespierre, votou pela condenação do rei, ajudou a criar os Comitês de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário. No entanto, não se opôs à guerra contra a Áustria e isso começou a lhe valer a desconfiança de Robespierre.
Assim, Robespierre termina por condená-lo à morte junto a outros revolucionários, considerados também como traidores.
Morte de Robespierre
A forma que Robespierre conduzia a política desagradava um grande número de membros da Convenção Nacional.
Desta maneira, os Girondinos tramam retirá-lo do poder e para isso, o acusam de ditador e o impedem de falar na Convenção.
Em seguida, ordenam que ele e alguns colaboradores, dentre os quais Saint-Just, sejam presos. Quando os soldados vão cumprir a ordem, alguns se suicidam pulando da janela ou atirando em si mesmo. Robespierre também o faz, mas o tiro atinge a mandíbula.
Julgado e condenado rapidamente, permanece deitado por conta do ferimento até o dia seguinte, quando o levam para a guilhotina, exatamente como havia feito com tantos opositores.
A partir deste momento, a França é governada pelo Diretório e cinco anos mais tarde, em 1799, a burguesia se apoiará no Exército com medo das invasões estrangeiras. Surgirá, então, a liderança e o governo de Napoleão Bonaparte.