Quais as estratégias usadas pelos produtores de fanzine para se afastarem da arte convencional?
Soluções para a tarefa
Os fanzines (como possibilidade visual/artística/comunicativa) surge com Russ Chauvenet, campeão de xadrez e entusiasta da
ficção científica: foi com ele que o termo fanzine - das palavras fanatic (fanático) e magazine (revista) – adquiriu este “status”
de publicação não profissional (Santos, 2013). Ele próprio criou, diagramou as palavras escolheu a disposição das informações, ordem das imagens e tudo mais que havia proposto, independente de autorização ou aprovação de outras pessoas.
Sendo ele o único interessado e responsável por essa nova modalidade – que busca transgredir – lançando oque seria o ponta
pé inicial para a auto-gestão de produção, difundindo-se internacionalmente.
Décadas depois foi apropriado pelo movimento punk que surgiu na Inglaterra em meados de 1970. Devido à potente ferramenta
de comunicação e proliferação de ideias, foi aderida como uma característica do movimento que prezava como lema o do it
yourself (faça você mesmo). Além da música, do visual e da estética, provindas do movimento punk, havia também a preocupação com a ideologia política e posicionamento particular perante o mundo e suas complexidades.
Durante o movimento punk no Brasil, surgiu em 1981 o Factor Zero, editado por David Strongos, da banda Anarcolátras de São
Paulo, e Exterminação de São Bernardo do Campo, editado pela banda Ustler. Os dois refletiam o espirito punk e hardcore. Nesta
fase os zines punks eram editados e distribuídos pelos artistas que registravam a sua própria história e a divulgavam para os
seus próximos, reforçando assim a identificação de artista e público. Os editores e inventores, configurando-se pesquisadores
e sujeitos de suas próprias publicações.