Português, perguntado por lisanispaniol3, 4 meses atrás

POR QUE LER OS CLÁSSICOS?

Comecemos com algumas propostas de definição:

1) “Os clássicos são aqueles livros dos quais, em geral, se ouve dizer: ‘Estou relendo...’ e nunca ´Estou lendo...´”. Isso acontece pelo menos com aquelas pessoas que se consideram “grandes leitores”; não vale para a juventude, idade em que o encontro com o mundo e com os clássicos como parte do mundo vale exatamente como primeiro encontro. O prefixo reiterativo antes do verbo “ler” pode ser uma pequena hipocrisia por parte dos que se envergonham de admitir não ter lido um livro famoso. Para tranquilizá-los, bastará observar que, por maiores que possam ser as leituras de “formação” de um indivíduo, resta sempre um número enorme de obras que ele não leu. (...)
2) “Dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores condições para apreciá-los.” De fato, as leituras da juventude podem ser pouco profícuas pela impaciência, distração, inexperiência das instruções para o uso, inexperiência da vida. Podem ser (talvez ao mesmo tempo) formativas no sentido de que dão uma forma às experiências futuras, fornecendo modelos, recipientes, termos de comparação, esquemas de classificação, escalas de valores, paradigmas de beleza: todas, coisas que continuam a valer mesmo que nos recordemos pouco ou nada do livro lido na juventude. Relendo o livro

na idade madura, acontece reencontrar aquelas

constantes que já fazem parte de nossos mecanismos

interiores e cuja origem havíamos esquecido. Existe

uma força particular da obra que consegue fazer-se

esquecer enquanto tal, mas que deixa sua semente.

A definição que dela podemos dar então será:

3) “Os clássicos são livros que exercem uma

influência particular quando se impõem como

inesquecíveis e também quando se ocultam nas

dobras da memória, mimetizando-se como

inconsciente coletivo ou individual.”

Por isso, deveria existir um tempo na vida adulta

dedicado a revisitar as leituras mais importantes da

juventude. Se os livros permaneceram os mesmos

(mas também eles mudam, à luz de uma perspectiva

histórica diferente), nós com certeza mudamos, e o

encontro é um acontecimento totalmente novo.

Portanto, usar o verbo ler ou o verbo reler não

tem muita importância. De fato, poderíamos dizer:

4) “Toda releitura de um clássico é uma leitura

de descoberta como a primeira.”

5) “Toda primeira leitura de um clássico é na

realidade uma releitura.”

A definição 3 pode ser considerada corolário

desta:

6) “Um clássico é um livro que nunca terminou

de dizer aquilo que tinha para dizer.”

RESPONDA AO QUE SE PEDE.


a) A que tipo de comportamento de alguns leitores de

clássicos se refere o autor por meio da expressão

“pequena hipocrisia”?. (L. 11)


b) Reescreva a frase “e cuja origem havíamos esquecido”

(L. 35), fazendo as modificações necessárias de acordo

com as seguintes instruções:

– use a forma pronominal do verbo “esquecer”

(“esquecer-se”);

– substitua a forma composta do mesmo verbo pela

forma simples correspondente.

c) Após entregar a forma pronominal esquecer-se, comente a colocação pronominal na frase reescrita.

Soluções para a tarefa

Respondido por jalves26
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a) A expressão "pequena hipocrisia" se refere ao comportamento de dizer que precisa reler determinado livro clássico apenas para esconder o fato de que não leu a obra.

b) A reescrita do trecho, usando o verbo "esquecer-se", será:

"e de cuja origem havíamos nos esquecido".

c) O pronome oblíquo foi empregado em posição de próclise, isto é, antes do verbo principal ("esquecido") porque este se encontra no particípio.

Colocação pronominal

Ao usar a forma pronominal do verbo "esquecer", tivemos que usar a preposição "de", pois "esquecer-se" rege essa preposição. Funciona assim:

  • esquecer algo
  • esquecer-se de algo

Mais sobre colocação pronominal em:

brainly.com.br/tarefa/5642695

brainly.com.br/tarefa/7387964

#SPJ1

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