preciso de 5 formas de previnir os impactos da soja no cerrado. URGENTE
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Resposta:
ExplicaçãoSete em cada dez países do mundo já compraram soja e derivados produzidos no Brasil. Certificar a produção reduziria impactos socioambientais e sinalizaria compromisso do país com a sustentabilidade.
por Aldem Bourscheit
Brasília (DF) – Levantamento do WWF-Brasil sobre dados oficiais do Governo Federal revela que sete em cada dez países do planeta compraram soja e derivados produzidos no país entre 2001 e 2010. As exportações são basicamente de grãos, farelo e óleo de soja.
China, Holanda, França, Espanha, Alemanha, Tailândia, Itália, Irã, Reino Unido e Coreia do Sul compraram oito em cada dez quilos das exportações naquela década. Esses países desembolsaram US$ 89 bilhões por 301 milhões de toneladas no período.
Entre 2001 e 2010, a produção da oleaginosa cresceu em todas as regiões do Cerrado, especialmente em municípios do Maranhão, Piauí, Bahia, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O avanço se dá com desmatamento ou substituição de pastagens.
O Brasil é a principal fonte de soja para a China e um dos maiores exportadores em nível global. O produto é um dos principais itens da balança comercial brasileira, com grande incremento em área e produtividade média por hectare graças a investimentos públicos e privados.
Desde os anos 1970, a produção saltou de 12 milhões para quase 60 milhões de toneladas anuais, enquanto a área cultivada passou de 6,9 milhões para 21,5 milhões de hectares. Até 2020, os cultivos poderão cobrir 30 milhões de hectares, sempre com foco nas “terras baratas” do Cerrado.
Na próxima década, as exportações podem alcançar 41 milhões de toneladas, com aumento de 12 milhões de toneladas em relação ao exportado em 2010/11. Mais de 40% dos grãos, metade do farelo e um terço do óleo de soja produzidos no Brasil são exportados.
RTRS - Para reduzir impactos socioambientais da produção de soja, um dos caminhos defendidos pelo WWF-Brasil é o da certificação nos padrões da Mesa Redonda da Soja Responsável (RTRS, sigla em Inglês). Até agora, 78 mil hectares atendem a essas regras no país, distribuídos em fazendas na Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
“Se o Brasil seguirá apostando nas commodities, que isso ocorra sob padrões sustentáveis. Os critérios de produção da RTRS foram definidos em conjunto por produtores, indústria e sociedade civil”, comentou o coordenador do Programa Agricultura do WWF-Brasil, Cassio Franco Moreira.
Produtores interessados em certificar sua produção devem procurar um empresa capacitada e autorizada a trabalhar com os critérios da RTRS. Confira uma lista aqui.
Fim do ano passado, empresas holandesas de varejo, comércio e indústria anunciaram investimentos iniciais de € 7 milhões para garantir 100% de soja responsável até 2015 na produção de carne, laticínios, ovos e outros alimentos na Holanda. O país é o segundo maior comprador de produtos de soja brasileiros, logo atrás da China.
O Cerrado é a segunda maior formação natural da América do Sul, logo atrás da Amazônia, grande fonte de água e abrigo de 5% das espécies do planeta. Metade da vegetação original desapareceu, e as perdas anuais continuam em quase 6,5 mil quilômetros quadrados.
O levantamento do WWF-Brasil também mostra que na década 2001-2010 as lavouras de soja ganharam mais espaço nos estados do Maranhão, Piauí, Bahia, Mato Grosso, Goiás e outros pontos marginais do Cerrado.
“O Cerrado já pagou um alto preço em benefício de modelos econômicos pouco sustentáveis. Ele precisa ter seus valores ecológicos urgentemente reconhecidos e valorizados, com ampliação da área protegida e aplicação de boas práticas de produção”, disse o coordenador do Programa Cerrado-Pantanal do WWF-Brasil, Michael Becker.
Menos de 3% dos 2 milhões de quilômetros quadrados do Cerrado estão efetivamente protegidaos em parques nacionais e outras unidades de conservação. O bioma é um dos mais devastados do país, e ainda visto como fronteira aberta ao avanço da agropecuária.
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