Por que os nativos da américa espanhola tinham medo de cavalos?
Soluções para a tarefa
Resposta: Provavelmente não sabiam domar cavalos ou não sabiam da existencia
Explicação: Os nativos da america desconheciam alguns animais e possivelmente cavalo era um deles
Resposta:
No estudo do processo de conquista e ocupação da América2
, um aspecto entre
outros, chama a atenção, ou seja, o fato de tão poucos europeus terem tomado a região
em comparação ao grande número de pessoas que nela habitavam. Para compreender
quais foram os elementos que proporcionaram essa dominação, muitas justificativas
foram levantadas.
Ruggiero Romano, por exemplo, afirma que a superioridade européia ficou
evidenciada em três pontos essenciais; o primeiro seria a utilização de armas de fogo,
com a possibilidade maior de combate à distância, o segundo ponto seria pelo meio de
transporte (o cavalo), com uma incomparável mobilidade, e por último o emprego do
aço nas armas de ataque e de defesa tornando-as resistentes. (ROMANO, 1989: 13-14).
Entretanto este triunfo tecnológico enfrentou duras resistências, não só frente ao
expressivo número de indígenas, bem como pela ação da própria natureza da região. As
armas de fogo apresentavam possibilidade de enferrujar e a pólvora de molhar. No
clima úmido, os canhões ficavam ainda mais pesados e difíceis de manobrar e os índios
logo inventaram obstáculos para os cavalos, dificultando seu deslocamento ao cavar
fossas profundas com lanças espetadas, nas quais as montarias eram empaladas.
(BERNAND e GRUZINSKI, 2001: 324-351).
Assim, é possível perceber, que a conquista da América não se concretizou
somente por uma superioridade tecnológica, existiu um elemento a mais e, talvez, esse
elemento tenha sido a capacidade dos conquistadores de domesticar animais e utilizá-los
a seu benefício. Embora tenham sido criados impedimentos ao uso do cavalo, estes não
foram suficientes para inutilizá-lo e em muitas ocasiões eles foram fundamentais para o
triunfo espanhol, como reconheceu o próprio Cortés ao escrever em suas cartas que
devia a sua vitória a Deus e aos cavalos.
Nesta perspectiva de análise se destaca o pesquisador Alfred W. Crosby que
interpreta o imperialismo europeu em função de uma variável biológica, em síntese, os
1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Mato Grosso.
2 Ao utilizar neste trabalho a designação de América a referencia é somente para a região colonizada
pelos espanhóis.
Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011 2
componentes da fauna, flora e agentes patogênicos diversos que os conquistadores
levaram consigo em suas incursões. Embora esta seja uma obra que necessita ser
trabalhada com muitas ressalvas, devido alguns conceitos adotados pelo autor, dentre
eles a idéia de uma evolução linear pautada na experiência européia, este estudo
utilizará a analise que o pesquisador faz com relação ao período da conquista. Ou seja, a
defesa de que um dos mecanismos que possibilitou o domínio europeu sobre a América
e Austrália foi a transformação ecológica destas em novas áreas de povoamento,
levando-as a se constituir, grosso modo, em versões da Europa Ibérica ocorrido através
do diferencial biológico que os conquistadores carregavam consigo.
As plantas, os animais e as enfermidades que chegaram com os ibéricos em suas
expedições os beneficiaram surpreendentemente. Deste modo, diferentes organismos
europeus invadiram com velocidade as novas terras, transformando sensivelmente os
ecossistemas locais e transmutando-os em um meio ecológico que recordava
essencialmente o europeu.
Nesta mesma linha de pensamento Jared Diamond (2007) aponta que há cerca de
11 mil anos em todos os continentes, alguns agrupamentos humanos se diferenciaram
drasticamente dos demais e dos seus próprios antepassados. Essa diferença se deu
principalmente pelo fato desses povos desenvolverem sistemas de produção de
alimentos, através da agricultura e pecuária, ganhando uma enorme vantagem sobre os
demais que não foram além de sistemas extrativos de alimentos (caça, coleta vegetal e
pesca).
Explicação: