Português, perguntado por oamordasuavida6355, 1 ano atrás

POR FAVOR PRECISO MUITO DE AJUDA!! PRECISO DISSO PRA HOJE..
Porta de Colégio

Passando pela porta de um colégio, me veio uma sensação nítida de que aquilo era a porta da própria vida. Banal, direis. Mas a sensação era tocante. Por isto, parei, como se precisasse ver melhor o que via e previa.


Primeiro há uma diferença de clima entre aquele bando de adolescentes espalhados pela calçada, sentados sobre carros, em torno de carrocinhas de doces e refrigerantes, e aqueles que transitam pela rua. Não é só o uniforme. Não é só a idade. É toda uma atmosfera, como se estivessem ainda dentro de uma redoma ou aquário, numa bolha, resguardados do mundo. Talvez não estejam. Vários já sofreram a pancada da separação dos pais. Aprenderam que a vida é também um exercício de separação. Um ou outro já transou droga, e com isto deve ter se sentido (equivocadamente) muito adulto. Mas há uma sensação de pureza angelical misturada com palpitação sexua

Soluções para a tarefa

Respondido por marcusviniciuslima5
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Resposta:

Explicação:

Leia com atenção o texto para responder às

questões de 01 a 04:

Porta de colégio

Passando pela porta de um colégio, me veio

uma sensação nítida de que aquilo era a porta da

própria vida. Banal, direis. Mas a sensação era

tocante. Por isto, parei, como se precisasse ver

melhor o que via e previa.

Primeiro há uma diferença de clima entre

aquele bando de adolescentes espalhados pela

calçada, sentados sobre carros, em torno de

carrocinhas de doces e refrigerantes, e aqueles que

transitam pela rua. Não é só o uniforme. Não é só a

idade. É toda uma atmosfera, como se estivessem

ainda dentro de uma redoma ou aquário, numa

bolha, resguardados do mundo. Talvez não

estejam. Vários já sofreram a pancada da

separação dos pais. Aprenderam que a vida é

também um exercício de separação. [...] Mas há

uma sensação de pureza angelical misturada com

palpitação sexual, que se exibe nos gestos

sedutores dos adolescentes. Ouvem-se gritos e

risos cruzando a rua. Aqui e ali um casal de

colegiais, abraçados, completamente dedicados ao

beijo. Beijar em público: um dos ritos de quem

assume o corpo e a idade. Treino para beijar o

namorado na frente dos pais e da vida, como que

diz: também tenho desejos, veja como sei deslizar

carícias.

Onde estarão esses meninos e meninas

dentro de dez ou vinte anos?

Aquele ali, moreno, de cabelos longos

corridos, que parece gostar de esportes, vai se

interessar pela informática ou economia; aquela de

cabelos loiros e crespos vai ser dona de butique;

aquela morena de cabelos lisos quer ser médica; a

gorduchinha vai acabar casando com uma gerente

de multinacional; aquela esguia, meio bailarina,

achará um diplomata. Algumas estudarão Letras,

se casarão, largarão tudo e passarão parte do dia

levando filhos à praia e praça e pegando-os de novo

à tardinha no colégio. Sim, aquela quer ser

professora de ginástica. Mas nem todos têm

certeza sobre o que serão. Na hora do vestibular

resolvem. Têm tempo. É isso. Têm tempo. Estão na

porta da vida e podem brincar.

[...]

A turma já perdeu um colega num desastre de

carro. É terrível, mas provavelmente um outro ficará

pelas rodovias. Aquele que vai tocar rock vários

anos até arranjar um emprego em repartição

pública. [...] Tão desinibido aquele, acabará líder

comunitário e talvez político. Daqui a dez anos os

outros dirão: ele sempre teve jeito, não lembra

aquela mania de reunião e diretório? [...]

Se fosse haver alguma ditadura no futuro,

aquele ali seria guerrilheiro, mas esta hipótese deve

ser descartada.

Quem estará naquele avião acidentado?

Quem construirá uma linda mansão e um dia

convidará a todos da turma para uma grande festa

rememorativa? [...] Aquele ali descobrirá os textos

de Clarice Lispector e isto será uma iluminação

para toda a vida. Quantos aparecerão na primeira

página do jornal? Qual será o tranquilo comerciante

e quem representará o país na ONU?

Estou olhando aquele bando de adolescentes

com evidente ternura. Pudesse passava a mão nos

seus cabelos e contava-lhes as últimas estórias da

carochinha antes que o lobo feroz assaltasse na

esquina. Pudesse lhes diria daqui: aproveitem

enquanto estão no aquário e na redoma, enquanto

estão na porta da vida e do colégio. O destino

também passa por aí. E a gente pode às vezes

modificá-lo.

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