Paciente adulto jovem de 22 anos, solteiro, estudante que compartilhava sua moradia com outros colegas. Sua família morava em outro estado e ele procurou atendimento a pedido de uma amiga, devido às suas manias, comportamentos e “pensamentos de querer experimentar a vivência da morte”. Após análise dos primeiros dados, o paciente foi identificado como bordeline e que havia necessidade de interconsulta com psiquiatra. Quando solicitado alguém da família ou responsável, para informar sobre a proposta de trabalho e seu encaminhamento, ele falou da amiga como pessoa mais próxima, alegando que a família morava muito longe. Após contato inicial com a amiga, ela se apresentou solícita e disposta a ajudar, no entanto, embora desejasse ajudar ela estava assustada com os comportamentos do amigo, e frágil para lidar com a situação. Assim, foi vista somente a possibilidade de acompanhar na interconsulta. Cabe mencionar, que mesmo não fazendo parte do trabalho tentar implementar uma rede, e entendendo que mobilizar uma pessoa para um pedido era entrar no terreno da ética profissional, propôs-se outros dois encontros para acolhê-la no seu desejo de ajudar, levando em conta que seu medo, de que tinha consciência, a deixava com sentimento de culpa. Destacou-se o que ela já havia dado ao paciente, mobilizando-o para buscar atendimento, sua disponibilidade para acompanhá-lo na interconsulta; também se compartilhou com ela a proposta de continuação do trabalho com o paciente, pois se tinha localizado um tio a quem solicitar ajuda, para informar à família sobre a situação do filho. Observou-se que, embora o paciente identificado tenha apontado à encaminhadora como uma pessoa significativa na sua história, ela se mostrou muito fragilizada e assustada, diante da possibilidade de participar da proposta de trabalho.
Este relato é sobre a experiência de impossibilidade de alguém participar de uma rede pessoal significativa. Dentro desse contexto, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas:
I. Pode-se ter alguém, para formar uma rede, motivado para ajudar, mas assustado com o trabalho a desenvolver. Isto deixa em evidência o cuidado que se deve ter na seleção de pessoas da rede, estando atentos ao impacto que esse tipo de trabalho pode ter, destacando que nem toda pessoa pode fazer parte dela.
PORQUE
II. Do momento em que se pensa em estabelecer uma rede significativa, deve-se observar atentamente todos seus integrantes, devido à ressonância ou às consequências dessa proposta de trabalho.
A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta:
Escolha uma:
a.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
b.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
c.
As asserções I e II são proposições falsas.
d.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
e.
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
Soluções para a tarefa
Oi bom dia
então, eu dei de cara com sua pergunta gigante e vi que valia apenas 5pts e quase desisti... mas fiquei curioso e continuei lendo e acabei adquirindo a imagem mental da coisa toda, e creio ter a resposta, veja bem.
A resposta correta é a:
d. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
Seguinte-
Lendo o texto, nós percebemos como é delicado solicitar o auxílio de um terceiro para fornecer informações sobre o paciente, pois muitas vezes (diria que maioria até, né?) apesar da boa vontade, há alguns problemas no processo.
Na Asserção l as declarações lá são bem intuitivas - vou frisar aqui essa parte:
"Pode-se ter alguém, para formar uma rede, motivado para ajudar, mas assustado com o trabalho a desenvolver."
Surge a pergunta: e quem não fica "agitado" quando está envolvido em algo novo, delicado e que provavelmente envolve um importante capítulo na vida de outra pessoa? É algo a ser esperado esse nervosismo. Temos de contar com a presença dele MESMO se estivermos falando do Pai ou da Mãe ou a Namorada(o) do paciente. É esperado isso. Essa parte não tira a credibilidade da asserção l.
Em seguida, a asserção ll é totalmente cabível também.
O ll é a justificativa do l pois ao fim, se você for ler, ele apenas enfatiza a necessidade de se manter atento às "ressonâncias" (problemas de fiabilidade no testemunho) e "ou às consequências dessa proposta de trabalho" (enfatizando o fato de que esse tipo de situação por si só já gera consequências adversas na mente do participante - mesmo que em nível inconsciente - e com isso eu concordo).
Dadas essas considerações o que resta fazer se não contar com estes impecilhos, e já preparar uma maneira de filtrar as informações recebidas de modo a gerar pelo menos uma quantidade pequena de certezas?
Ao fim do trabalho o profissional ainda terá algo. Antes algo do que nada, certo? Se o problema está fiabilidade dos testemunhos - e já concordamos que essa fiabilidade é comprometida devido à delicadeza da situação - então nos resta apenas esperar por ela, ser rigoroso com o método de filtração e se contentar com os dados obtidos.
Bem, é isso, espero ter ajudado Rafa
Vê se na próxima seja mais generosa com os pontinhos aí poxa. Cinco pontos pra uma tarefa que exige uma atenção super focada é sacanagem né.
Resposta:
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
Explicação:
Corrigido pelo AVA.