Sociologia, perguntado por 8275z5jzhx, 5 meses atrás

Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.

1) O que Marx quis dizer com essa afirmação?

2) Em que aspectos você tem ou pode conquistar liberdade e em que medida sua vida está limitada a certas condições preexistentes?

Soluções para a tarefa

Respondido por assisefa07
0

Resposta: A questão trata de uma proposição apresentada no livro "O 18 Brumário de Luiz Bonaparte, em seu capítulo 1. Fundamentalmente, Marx sugere neste fundamental texto que a história não se constrói a partir de escolhas individuais absolutamente livres, mas que existem estruturas e mecanismos (determinantes concretos) presentes e influentes na construção das formas de organização da sociedade ao longo do tempo. No mesmo horizonte, a história tem um motor e esse motor é a luta de classes.

O 18 Brumário de Luiz Bonaparte: Filosofia da História e análise histórica

O 18 de Brumário de Luís Bonaparte é um livro fundamental na obra de Marx. O autor propõe analisar o golpe de estado ocorrido em França a 2 de dezembro de 1851 , por meio do qual Luís Bonaparte (sobrinho de Napoleão Bonaparte, imperador da França entre 1804 e 1815) , então presidente da República Francesa, instaurou o Segundo Império naquele país.

A análise de Marx parte dos acontecimentos revolucionários que se deram entre 1848 e 1851, os quais culminaram no golpe de estado e Luís Bonaparte autointitulando-se imperador, se dá a partir de um duplo movimento,  no qual o texto desenvolve as teses fundamentais do materialismo histórico, mas Marx realiza a análise dos fatos históricos à luz de seu aparato teórico e sustenta esse aparato pela correção com que ele permite interpretar os fatos. As teses fundamentais presentes no livro são:

  • A teoria da luta de classes;
  • A teoria do trabalho e da revolução proletária;
  • A doutrina do Estado, entre outras.

Nesse sentido, interpretando histórica e sociológicamente esse momento da história francesa, o autor do Capital sugere que o desenvolvimento da história segue um padrão, e forças sociais, apoiadas no sistema de produção da vida material (forças produtivas) são conduzidas a agirem de uma ou outra forma a partir da defesa de seus interesses.

Em uma linguagem mais próxima do marxismo, as forças produtivas estão vinculadas a classes sociais, e cada classe defende seus interesses. Com a ascenção do capitalismo e da burguesia, esta passa a ser a classe dominante, e as revoluções burguesas (que ocorreram em França a partir de 1789) vão sempre em direção à defesa dos interesses dessa classe. A classe trabalhadora, por seu turno, não percebendo seus reais interesses (Marx defende que em França, nessa ocasião, isso ocorreu), eventualmente atua ativamente contra si, advogando valores e interesses que são extranhos ao proletariado.

Em suma, Marx defende que existem leis que regem o desenvolvimento das sociedades (e portanto leis da história), e que cada indivíduo está submetido a essas leis (e em especial à consciência de classe - ou da falta dela, que vai lhe indicar o que lhe é possível ou não). A questão da liberdade é complexa no marxismo, na medida em que Marx advoga que a liberdade só se realiza quando permitida pelas condições materiais (a vida material - comida, vestuário, moradia etc - deve estar garantida para que haja efetiva liberdade - se um indivíduo não tem garantia de alimentação ele se submeterá a qualquer atividade para poder sobreviver) e essa garantia material só se realizaria com a revolução do proletariado. Sob essa ótica, a liberdade não pertence ao indivíduo, mas à humanidade que pode realizar a liberdade por meio do trabalho e da organização social comunal (seja isto, uma sociedade em que os meios de produção da vida material estejam sob o controle de quem trabalha, e não de quem lucra com sua propriedade).

Aprenda mais em: https://brainly.com.br/tarefa/11171927?referrer=searchResults

Perguntas interessantes