oque são níveis cinematográficos?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Simplificando um pouco uma questão que pode ser bem complicada, existem dois níveis de apresentação das imagens num filme, dependendo do modo como você pretende que o espectador compreenda a origem do que está sendo mostrado.
(a) a CÂMERA OBJETIVA simplesmente mostra o que acontece na sua frente, sem identificar-se com qualquer personagem em particular. É, a grosso modo, o equivalente a você escrever em “terceira pessoa”: “Clarissa aproxima-se do pobre rapaz e dá-lhe um beijo inesquecível”. Temos dois personagens, e a cena é vista por um narrador que está fora da ação. No cinema, esse narrador é a câmera, que, numa posição neutra, mostra a aproximação de Clarissa e o beijo.
(b) a CÂMERA SUBJETIVA assume um dos personagens, passando a comportar-se segundo seu ponto e vista e seus movimentos. É o equivalente a você escrever: “Eu me aproximo do pobre rapaz e dou-lhe um beijo inesquecível”. Temos dois personagens, mas agora a câmera passa a funcionar como se estivesse “dentro da cabeça” de Clarissa e observasse o mundo com seus olhos.
Como traduzir isso para um filme? Uma solução radical: no começo do plano, vemos apenas o rapaz. A câmera faz um travelling à frente, aproximando-se dele. O rapaz olha para a câmera e demonstra seu nervosismo. Quando Clarissa (que nunca aparece na cena) beija, a câmera deve “beijar” também, ou seja, continuar mostrando a ação sob o ponto de vista dela. O que as pessoas veem enquanto beijam? É uma boa pergunta. Se Clarissa fechasse os olhos, e o plano continuasse subjetivo, a imagem deveria ficar toda escura. O tipo de plano resultante do uso de câmera subjetiva é chamado de PONTO DE VISTA (PV).
Essa radicalidade tem um efeito que pode ser incômodo: o espectador não sabe quem está beijando o rapaz. Se somente o ponto de vista é mostrado, o personagem “dono dos olhos” só aparece no plano se fica na frente de um espelho. Por isso, o usual é, antes ou depois do ponto de vista, mostrar claramente quem é o “dono dos olhos”. Por exemplo, quando começa o beijo, você pode cortar para um plano, em câmera objetiva, mostrando os dois se beijando. O espectador, em sua cabeça, “volta o filme pra trás” e compreende que estava vendo a ação sob o ponto de vista de Clarissa.
Portanto, passar de um nível de linguagem para outro é relativamente simples. O espectador acha que, a princípio, está vendo o filme em câmera objetiva. Para fazê-lo compreender que a tomada é em câmera subjetiva, você deve informá-lo. A maneira mais simples e segura de fazer isso é primeiro mostrar o personagem que vai “assumir” a câmera, num enquadramento bem fechado, em câmera objetiva, e no plano seguinte posicionar a câmera exatamente onde estariam seus olhos, mostrando as coisas sob seu ponto de vista. O plano que informa o espectador sobre quem é o “dono dos olhos” chama-se de DETERMINANTE (DET).
Explicação: