História, perguntado por sarabr123, 1 mês atrás

oque foi e oque consistia o movimento do ´´queremismo``?

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Respondido por kemepsnp
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Resposta: "O queremismo foi um movimento político que surgiu espontaneamente nas classes populares em meados de 1945. Era um movimento de apoio das classes de trabalhadores ao então presidente Getúlio Vargas. Essa organização foi uma resposta à mobilização que existia para promover a deposição de Vargas da presidência.

Esse movimento recebeu tal nome por conta do grito popular ecoado nas suas manifestações: “Nós queremos Getúlio”. O queremismo foi formado pelas classes trabalhadoras em defesa dos direitos trabalhistas conquistados na década de 1940, e também contou com a adesão dos comunistas. Perdeu o sentido quando Vargas foi deposto."

O queremismo foi um movimento político espontâneo que surgiu nos momentos finais do Estado Novo, o regime ditatorial governado por Vargas desde 1937. A partir da década de 1940, a ditadura varguista perdeu força, e seu apoio nos meios civis e militares enfraqueceu-se. Esse enfraquecimento tem relação direta com o contexto internacional.

O Brasil estava oficialmente em guerra com o Eixo desde 1942, e juntou-se efetivamente ao esforço de guerra com o envio de tropas brasileiras para a Europa, em 1944. A grande contradição nessa ação estava no fato de que o país estava enviando tropas para lutar contra regimes autoritários e em defesa da democracia, enquanto que aqui se mantinha um regime ditatorial.

Explicação:

"As manifestações contra Vargas seguiram-se por todo o ano de 1945, mas uma reação popular e espontânea iniciou-se em resposta. Em 1945, estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, mobilizaram-se em protesto contra Vargas, pela formação de um regime democrático no Brasil e pelo apoio à candidatura de Eduardo Gomes.

As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling afirmam que, no começo de março, esses estudantes de Direito, mobilizados no Centro Acadêmico Onze de Agosto, realizaram uma passeata pela derrubada de Getúlio Vargas|3|. Eles se encaminharam para a Praça da Sé, em São Paulo, e tentaram mobilizar os trabalhadores em apoio à manifestação.

No entanto, aconteceu o oposto do que os estudantes esperavam. Os trabalhadores que estavam na Praça da Sé reagiram e atacaram-nos. Os trabalhadores que se reuniram para defendê-lo gritavam frases de ordem, como “Viva os trabalhadores” e “Nós queremos Getúlio”. Os estudantes antivarguistas acabaram fugindo.

A partir desse acontecimento espontâneo, surgiu o movimento queremista, o qual demonstrava o apoio dos trabalhadores ao governo de Getúlio Vargas, e suas ações contra os opositores do presidente repetiram-se em outras capitais do país. A defesa de Vargas pelos trabalhadores chocou grupos da época, como a imprensa, que não entendiam a postura das classes populares.

A reação da imprensa contra a população que se manifestou a favor de Vargas foi dura. Os queremistas foram chamados por ela de termos como “arruaceiros” e “desordeiros”. Não obstante, a manifestação popular em defesa de Vargas espalhou-se pelo Brasil, ganhando força e organização.

Pode ser estranho um movimento popular surgir em defesa de um presidente conhecido por possuir um regime ditatorial, mas, na visão das classes de trabalhadores, o que estava em jogo eram os seus direitos. As historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling explicam o porquê desse apoio:

Sua demanda, […] tinha natureza política: a defesa dos direitos que garantiam a cidadania social obtida pelos trabalhadores a partir da década de 1930. Ao perceber que o Estado Novo caminhava para um final desfavorável ao presidente, os trabalhadores saíram às ruas: suspeitavam que o conjunto de lei de proteção ao trabalho, até então com dois gumes, sem Getúlio poderia começar a cortar de um lado só — o lado do patrão|4|.

A partir do segundo semestre, o queremismo alcançou o seu auge. Vargas, naturalmente, aproveitou-se desse movimento e procurou dar-lhe apoio, ao mesmo tempo que o usava como forma de propaganda. O DIP e o Ministério do Trabalho então ofereceram apoio aos queremistas, e comitês foram criados em todo o país.

Com isso, uma série de eventos foram organizados pelos queremistas. Panfletos eram distribuídos, comícios eram realizados, e os discursos queremistas foram reproduzidos via rádio pelo governo. O partido criado por Vargas, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), juntou-se aos eventos queremistas e utilizou-os como espaço para garantir liderança."

"Os comunistas, seguindo diretriz enviada pela União Soviética, aliaram-se a Getúlio Vargas, e o apoio dado por Luís Carlos Prestes, antigo inimigo de Vargas, foi surpreendente. A ação de Prestes ainda choca porque ele havia sofrido consideravelmente nas mãos do regime varguista: preso por quase 10 anos, teve sua companheira enviada para a Alemanha nazista, local onde morreu, e nunca teve o direito de ver sua filha enquanto esteve preso.

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