Português, perguntado por mf670616, 4 meses atrás

O sentido da vida

O sentido da vida é nascer, crescer,
envelhecer e morrer, deixando sob a terra este
antigo corpo constituído da solitária e silenciosa
matéria de que foram feitas as estrelas e seus filhos,
e os filhos de seus filhos.
Sim, é este o sentido da vida, ou não.
O sentido da vida é descobrir alegre ou
amargamente a consciência das coisas, da alegria e
da dor, da tristeza e do tédio, e então alegrar-se ou
entristecer-se.
Sim, é este o sentido da vida, ou não.
Será porventura o sentido da vida caminhar
juntos sobre a mesma velha e generosa e solitária
terra, dividir angústias e dor, enredar-se no cipoal
das palavras?
Sim, o sentido da vida é este, ou não.
Será o sentido da vida buscar luz nas sombras ou sombras na luz, consumir dias e noites a trilhar o
áspero caminho imperfeito, buscar o caminho torto, a estrada estreita e, no fim da estrada, apenas neblina,
mistério?
Sim, o sentido da vida é bem este, ou não.
Será, meu Deus, o sentido da vida acreditar em Deus, ou alguma coisa superior à capacidade de
entender, cair de joelhos e em prantos pedir caridade ou outro vago sentimento qualquer, e nada ouvir em
resposta, ou, sim, ouvir uma voz silenciosa, e, então, chorar, dormir, sonhar?
Sim, o sentido da vida é bem este – ou não.
Será o sentido da vida crer na dourada utopia, descobrir então a insustentável fragilidade dos seres, o
poder, a miséria?
Sim, é bem este, ou não, o sentido da vida.?
Estará o sentido da vida em sonhar o sonho impossível, alcançar a estrela inatingível, vencer o inimigo
imbatível, tocar a realidade intangível, e encontrar nada mais que pesadelo, o nada, a fantasia, as miragens?
Sim, é bem este o sentido da vida, ou não.
Será o sentido da vida entregar-se apaixonadamente às ideias de grande extensão, consumir-se como o
fogo e ver apagar-se a chama? Será, criaturas, o sentido da vida consumir o sangue das veias, esgotar a
serenidade, despentear os cabelos, perseguir a ilusão?
Sim, é bem este o sentido da vida, ou não.
Mas, se há perguntas demais e respostas de menos, sempre haverá a busca, a esperança, a vida, a luz
no fim da escuridão.
Porque é isto – buscar – o sentido da vida.
(Texto adaptado – O Estado de S. Paulo)
5.No texto, o autor *
A) Enfatiza a apatia dos homens frente às incertezas do futuro.
B) Usa questionamentos com a função de ampliar o desenvolvimento das ideias.
C) Evidencia a rebeldia do ser humano em relação àquilo que rompe com os padrões tradicionais de convivência.
D) Nega a ideia de que a vida possa ser um mundo de possibilidades
6. Ao desenvolver suas ideias, o autor utiliza *
A)Uma apologia de sentimentos que levam à perda do prazer de viver
B) Um discurso sensacionalista, permeado de argumentos tendenciosos e manipuladores.
C) Um encadeamento de pressupostos que ganham corpo no texto e dão credibilidade à sua linha de raciocinio
D) Uma série de apelos e não apresenta nenhuma relação com sentido da vida.
7. No texto, o autor só NÃO : *
A) Enfatiza a presença de jogos e opostos.
B) Evidencia uma posição de alheamento frente às contradições da vida.
C) Utiliza expressões conotativas.
D) Estabelece um conceito do sentido da vida perder com a morte

Soluções para a tarefa

Respondido por sousaelias118
6

Resposta:

d) utilizar um conceito do sentido da perder com a morte

Respondido por 4leph
0

Sobre a resposta da questão 5, no texto, o autor usa questionamentos com a função de ampliar o desenvolvimento das ideias. Resposta B.

Em 6 têm-se que ao desenvolver suas ideias, o autor faz uso de um encadeamento de pressupostos que ganham corpo no texto e dão credibilidade à sua linha de raciocínio - alternativa C.

Por fim, na sétima questão o autor só não evidencia uma posição de alheamento frente às contradições da vida, ou seja, resposta C.

O sentido da vida - desenvolvimento das questões

Na questão 5, todas as respostas, menos a B, estão incorretas porque:

A- A autor enfatiza questionamentos, e não apatia.

C- Ele evidencia as dúvidas do ser humano, e não sua rebeldia.

D- Não nega as possibilidades do mundo, já que se pergunta no texto sobre várias delas.

Em 6 em nenhum momento o autor cita perda de prazer de viver, muito menos um discurso sensacionalista, mas sim, profundo e analítico, quase shakespeariano, e em todo o texto se pergunta, com várias dúvidas existenciais, sobre o sentido da vida.

Por fim, na questão 7, a todo momento o autor faz contraste entre os opostos: claro, escuro, luz, escuridão, morte, vida, fim, começo, e assim por diante. Sempre usa expressões conotativas que montam uma teia semântica entre vida e morte em nosso subconsciente.

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