O que mais você quer?
Era uma festa familiar, destas que reúnem tios, primos, avós e alguns agregados ocasionais que ninguém conhece direito, e que por isso mesmo são aqueles com quem a gente logo se entende. Jogada no sofá, uma prima não estava lá muito sociável, a cara era de enterro. Quieta, olhava para a parede como se ali fosse encontrar a resposta para a pergunta que certamente martelava sua cabeça: o que estou fazendo aqui? De soslaio, flagrei a mãe dela também observando a cena, inconsolável, ao mesmo tempo em que comentava com uma tia. “Olha pra essa menina. Sempre com esta cara. Nunca está feliz. Tem emprego, marido, filhos. O que ela pode querer mais?”
Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de outra pessoa e achar que ela não pode querer mais. Fulana é linda, jovem e tem um corpaço, o que mais ela quer? Sicrana ganha rios de dinheiro, é valorizada no trabalho e vive viajando, o que é que lhe falta?
É quase um pecado confessar: sim, quero mais. Quero não ter nenhuma condescendência com o tédio, não ser forçada a aceitá-lo na minha rotina como um inquilino inevitável. A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.
(...)
MEDEIROS, Martha. Revista O Globo. 28 mai. 2006.
Expressões preposicionadas podem apresentar diferentes valores sintáticos, dentro do processo que instaura a coesão textual. Uma leitura atenta é capaz de ajudar na classificação de um termo regido por preposição. E a atenção, no caso, tem a ver com as vinculações sintáticas entre os diversos componentes de uma sentença.
O complemento nominal, por exemplo, supre, como termo complementar que é, a transitividade de alguns nomes substantivos que indicam ação.
A partir dessa informação, percebe-se, em uma das alternativas a seguir, a presença, em destaque, de um complemento nominal desse tipo.
Alternativas:
A“Jogada no sofá, uma prima não estava lá muito sociável”.B“De soslaio, flagrei a mãe dela também observando a cena”C“... ao mesmo tempo em que comentava com uma tia”D“Nada é tão comum quanto resumirmos a vida de outra pessoa”E“Quero não ter nenhuma condescendência com o tédio”
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O tipo de complemento nominal mencionado no enunciado é aquele representado por um complemento de substantivo que indica ação. Essa é a única alternativa que apresenta essa situação: o substantivo “condescendência” indica a ação de condescender e “pede” o complemento “com o tédio”. Nos demais casos, temos um adjunto adverbial de lugar (A), um adjunto adverbial de modo (B), um objeto indireto (C), um adjunto adnominal (D).
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