o que é Glamourização? Quais suas caracteristicas?
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É infértil combater, de forma genérica, a violência, enquanto não refletirmos sobre suas múltiplas manifestações e desnaturalizarmos suas representações, percebendo em nossas ações a violência com a qual, teoricamente, nos opomos. Quando eu me manifesto de forma violenta? Como evitar tal manifestação?
Para diminuir a violência é necessário se atentar sobre como a percebemos e o que caracterizamos de atos violentos.
Existe um certo senso comum que associa o aumento do número de roubos na região onde reside como aumento da violência.Frequentemente, a proposta vista como “solução” gera mais violência, que é eufemizada no termo “defesa” que desencadeia uma brutalidade consentida, pois age em nome do Estado. Deste modo, se estrutura uma luta contra os “violentos” (efeitos) e não contra a desigualdade violenta (causa). Tipificar um “infrator”, desumanizado e descontextualizado, foi fundamental para que os grupos conservadores aprovassem a redução da maioridade penal, com forte aprovação popular. Grande parte da mídia se esforçou em martelar crimes cometidos por menores, em contraste com a invisibilidade dos casos de jovens mortos nas periferias – interessava contar sobre aquele que matou, não sobre os milhares que morreram.
Contudo, dificilmente, as mesmas pessoas que acreditam combater a violência civil com violência militar consentida, entenderão como ampliação da violência, o aumento de compartilhamento de vídeos de extermínio ou de brigas, o aumento de gritos histéricos no trânsito, de humilhação a subordinados, de postagens cheias de fúria contra determinados grupos, de agressões às esposas e aos filhos.
Violentos são os menores pobres, não os pais de família que batem nos filhos e na esposa.
O rosto deformado e sangrando de um lutador de UFC. Os cabelos de duas meninas que se agridem num vídeo viral nas redes sociais. O corpo de um menino negro assassinado, amarrado ao poste. A fala da jornalista que legitima linchamentos. O teclado do computador do colunista que tecla contra a população pobre como se estivesse esmurrando sua face. O ódio que invade os sofás das casas na voz do apresentador que esbraveja crimes. O xingamento à torcida adversária.As explosões e as rajadas de tiros dos filmes norte-americanos.
Nenhum acontecimento nos perturba.
A violência, em suas diversas manifestações, foi naturalizada e introjetada. Ademais, por ser lucrativa, ela é incentivada, glamourizada.
Homem que é homem não leva desaforo pra casa.
A violência psicológica está presente na educação das meninas que são treinadas com brinquedos que imitam os afazeres domésticos e maternos (como se este fosse o único lugar possível para uma mulher ocupar no mundo) e na dos meninos, que além de carrinhos, utilizam armas. Simulam guerras e brincam de lutinha – num triste ensaio do ser “homem”.
Encoberta por uma convenção falaciosa de país cordial e hospitaleiro, o Brasil é o vencedor do triste troféu de nação onde se cometem mais linchamentos. Percebamos, pois, as muitas causas, antes de remediar os efeitos.
A violência verbal e psicológica, a educação patriarcal que aplaude agressores, atribuindo-lhes a alcunha de “machos”, a mídia incentivadora de atrocidades na pseudo defesa dos “homens de bem”, a poluição sonora das grandes cidades e o silêncio conivente do interior.
Se almejamos construir um país fraterno e diminuir a violência, precisamos primeiro, reconhecê-la. Sacudir o tapete inchado e lidar com nossa violenta poeira cotidiana, parece um bom começo. Faxinar os discursos de ódio, também irão ajudar. Para manutenção da limpeza, façamos de nosso lar uma morada de paz. E que não nos esqueçamos de abrir as janelas de vez em quando. Se a violência é um fechar-se na raiva, a paz talvez seja um assovio do vento que anuncie todo um horizonte além de nossa janela.
Respiremos. A paz carece de ar!
Para diminuir a violência é necessário se atentar sobre como a percebemos e o que caracterizamos de atos violentos.
Existe um certo senso comum que associa o aumento do número de roubos na região onde reside como aumento da violência.Frequentemente, a proposta vista como “solução” gera mais violência, que é eufemizada no termo “defesa” que desencadeia uma brutalidade consentida, pois age em nome do Estado. Deste modo, se estrutura uma luta contra os “violentos” (efeitos) e não contra a desigualdade violenta (causa). Tipificar um “infrator”, desumanizado e descontextualizado, foi fundamental para que os grupos conservadores aprovassem a redução da maioridade penal, com forte aprovação popular. Grande parte da mídia se esforçou em martelar crimes cometidos por menores, em contraste com a invisibilidade dos casos de jovens mortos nas periferias – interessava contar sobre aquele que matou, não sobre os milhares que morreram.
Contudo, dificilmente, as mesmas pessoas que acreditam combater a violência civil com violência militar consentida, entenderão como ampliação da violência, o aumento de compartilhamento de vídeos de extermínio ou de brigas, o aumento de gritos histéricos no trânsito, de humilhação a subordinados, de postagens cheias de fúria contra determinados grupos, de agressões às esposas e aos filhos.
Violentos são os menores pobres, não os pais de família que batem nos filhos e na esposa.
O rosto deformado e sangrando de um lutador de UFC. Os cabelos de duas meninas que se agridem num vídeo viral nas redes sociais. O corpo de um menino negro assassinado, amarrado ao poste. A fala da jornalista que legitima linchamentos. O teclado do computador do colunista que tecla contra a população pobre como se estivesse esmurrando sua face. O ódio que invade os sofás das casas na voz do apresentador que esbraveja crimes. O xingamento à torcida adversária.As explosões e as rajadas de tiros dos filmes norte-americanos.
Nenhum acontecimento nos perturba.
A violência, em suas diversas manifestações, foi naturalizada e introjetada. Ademais, por ser lucrativa, ela é incentivada, glamourizada.
Homem que é homem não leva desaforo pra casa.
A violência psicológica está presente na educação das meninas que são treinadas com brinquedos que imitam os afazeres domésticos e maternos (como se este fosse o único lugar possível para uma mulher ocupar no mundo) e na dos meninos, que além de carrinhos, utilizam armas. Simulam guerras e brincam de lutinha – num triste ensaio do ser “homem”.
Encoberta por uma convenção falaciosa de país cordial e hospitaleiro, o Brasil é o vencedor do triste troféu de nação onde se cometem mais linchamentos. Percebamos, pois, as muitas causas, antes de remediar os efeitos.
A violência verbal e psicológica, a educação patriarcal que aplaude agressores, atribuindo-lhes a alcunha de “machos”, a mídia incentivadora de atrocidades na pseudo defesa dos “homens de bem”, a poluição sonora das grandes cidades e o silêncio conivente do interior.
Se almejamos construir um país fraterno e diminuir a violência, precisamos primeiro, reconhecê-la. Sacudir o tapete inchado e lidar com nossa violenta poeira cotidiana, parece um bom começo. Faxinar os discursos de ódio, também irão ajudar. Para manutenção da limpeza, façamos de nosso lar uma morada de paz. E que não nos esqueçamos de abrir as janelas de vez em quando. Se a violência é um fechar-se na raiva, a paz talvez seja um assovio do vento que anuncie todo um horizonte além de nossa janela.
Respiremos. A paz carece de ar!
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