História, perguntado por Rafaelszpereira5579, 11 meses atrás

O primeiro texto foi escrito pela pesquisadora da História da África, Leila Hernandez, e o segundo, pelohistoriador francês Marc Ferro. Leia-os e faça a atividade sugerida.texto 1O século XX já foi adjetivado de várias formas. Talvez a mais conhecida seja a de Eric Hobsbawm, “breve séculoXX”. [...] lembramos [...] de crueldades derivadas da violência institucional e simbólica como as referentes àsquestões raciais dos negros, por exemplo nos Estados Unidos e no Brasil, e seus desdobramentos que noslevam à hipótese de que os negros na sua grande maioria são considerados apenas indivíduos, por vezes ci-dadãos, mas sempre de segunda classe. [...]Para esse corpo ideológico foi fundamental o papel da etnografia europeia da segunda metade do século XIX, cujoponto de partida era o pressuposto de que apenas os ocidentais porque “mais aptos” e “muito mais capazes”podiam, de acordo com uma nova consciência planetária, conceber e apresentar ideias sobre os povos coloniais.Constituiu-se, assim, uma identidade imaginada, a partir da ideia de que nada era mais natural do que a submissãodas raças dos mundos dominados da Ásia e da África, uma vez reduzidas a subprodutos do racialismo europeu.Temos aqui o ponto central em torno do qual se organizaram as exposições universais, verdadeiros rituaisde massa em que os grandes impérios se afirmavam segundo sistemas classificatórios tanto para produtosem exibição como para povos e as nações participantes. Assim, povos e culturas expostos obedecendo a umaorganização temporal eram classificados em selvagens, bárbaros e civilizados; em uma palavra, o planetafoi dividido entre uma raça superior glorificada por uma missão civilizatória autoatribuída e raças inferiores.(HERNANDEZ, Leila Maria Gonçalves Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporânea.São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 131-132.)texto 2“Acredito nesta raça...”, dizia Joseph7em 1895. Ele entoava um hino imperialista à glória dos ingleses ecelebrava um povo cujos esforços superavam os de seus rivais franceses, espanhóis e outros. Aos outrospovos, “subalternos”, o inglês levava a superioridade de seu savoir-faire, de sua ciência também; o “fardo dohomem branco” era civilizar o mundo, e os ingleses mostravam o caminho.Essa convicção e essa missão significavam que, no fundo, os outros eram julgados como representantes deuma cultura inferior, e cabia aos ingleses, “vanguarda” da raça branca, educá-los, formá-los – embora sem-pre se mantendo a distância. Se os franceses também achavam que os nativos eram umas crianças, e semdúvida os consideravam inferiores, suas convicções republicanas levavam-nos, porém, a fazer afirmações deoutro teor, pelo menos em público, ainda que estas não estivessem necessariamente em consonância comseus atos.(FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências, séculos XIII a XX.São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 39.)a) Segundo Leila Hernandez, como os negros foram considerados nas questões raciais, sociais e políticasdo século XX e quais as raízes histórico-estruturais dessa visão?b) De acordo com Marc Ferro, qual era a missão dos ingleses diante dos povos considerados inferiores?c) Com base nas ideias expostas pelos autores, escreva um pequeno texto, respondendo ao questiona-mento da seção Para pensar historicamente: “Como essa trágica herança afeta hoje os países africanose asiáticos?”.

Soluções para a tarefa

Respondido por Usuário anônimo
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a) As raízes da discriminação dos negros remontam à política imperialista das nações europeias sobre a África, que defendiam a superioridade dos brancos europeus com estudos e teorias sociológicas. Assim, os negros eram tratados como "quase-humanos", uma raça inferior e primitiva, alvo de violência e exclusão.

b) Os ingleses (de acordo com eles mesmos) tinham uma missão civilizatória para com o mundo.

c) Hoje, falando-se especialmente da África, temos um testemunho vivo de escala continental daquele que foi o maior crime contra a humanidade da história que temos como herança direta. Percebemos um continente devastado pelos conflitos civis, guerras, doenças, tiranias, corrupção e miséria. Já na Ásia, grande parte dos países permanece agrário, embora outros tenham se reconstruído economicamente de maneira surpreendente, muitas vezes, é verdade, lançando mão de governos controversos.
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