No texto acima, Descartes refere-se a "alguém que é extremamente poderoso (...) malicioso e ardiloso" e que emprega todas as suas forças para nos enganar. Mas Descartes jamais afirma que esse gênio maligno verdadeiramente exista. Para o argumento que ele está desenvolvendo, basta a mera possibilidade da sua existência. Qual o papel da mera possibilidade da existência desse gênio maligno no argumento de Descartes?
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A mera possibilidade serve para gerar a ideia de dúvida razoável, já que o que Descartes busca é uma certeza indubitável, que nenhum homem, usando a Razão, possa negar. Se algo como o gênio maligno pudesse existir, bastaria para sustentar a dúvida que Descartes busca evitar.
Mais adiante no livro ele irá demonstrar que esta possibilidade não existe e nem pode existir pois ela é incompatível com a bondade de Deus (se baseando em uma ideia medieval, Descartes afirma que a bondade e a existência de Deus são dados inquestionáveis), de modo que ele demonstra a invalidade desta dúvida.
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