Não é possível explicar precisamente como a Divindade poder ser a causa imediata de todas as ações dos homens sem ser autora do pecado e da maldade moral. Esses são mistérios que a simples razão natural desassistida não está minimamente preparada para examinar (...). Feliz [da filosofia] se (...) tornar-se consciente de quão temerário é espreitar mistérios tão sublimes, e, abandonando um cenário tão cheio de obscuridades e complicações, retornar com a devida modéstia a sua província própria e genuína, o exame da vida ordinária, em que encontrará dificuldades suficientes com que se ocupar em suas investigações, sem mergulhar na imensidão de um oceano de dúvidas, incertezas e contradições! (HUME, D. Uma Investigação sobre o entendimento humano, seção 8, In: MARÇAL, J.; CABARRÃO, M.; FANTIN, M. E. (Orgs.). Antologia de Textos Filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 397.) De acordo com Hume, em "Uma Investigação sobre o entendimento humano", seção 8, que tipo de investigação é apropriado à filosofia? Que tipo de investigação não é? Por quê?
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Segundo Hume, a Filosofia deve cuidar de questões da vida cotidiana, comum, questões que dispõem de informações abundantes dos sentidos e que podem ser desenvolvidas de acordo com um método racional e claro.
As questões da religião e da abstração pura, como a natureza da divindade, a razão do pecado e o sentido metafísico da maldade e da imoralidade são coisas que Hume vê como inadequadas para a Filosofia, pois não contam com o mesmo tipo de informação básica (fornecidas pelos sentidos) que as questões cotidianas contam.
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