Leia os textos I e II, sobre comunicação face a face e comunicação virtual, analisando a relação causa/consequência existente ou não entre eles.
TEXTO 1
A modalidade escrita da língua é apenas uma tentativa imperfeita de reprodução gráfica dos sons dessa língua. Algumas características da linguagem oral, tais como entonação, timbre, altura, ênfase, pausas, velocidade da enunciação e muitas outras são impossíveis de serem representadas graficamente. Essas características são precariamente reproduzidas pelos sinais de pontuação (exclamação, interrogação, reticências, hífen, parênteses, travessão etc.), pelo emprego de maiúsculas, de negrito, itálico ou de sublinhas.
Disponível em: http://www.unipvirtual.com.br/material/UNIP/LICENCIATURA/SEGUNDO_SEMESTRE/grupo2_2/PDF/mod_2.pdf Acesso em 9 out. 2015.
PORQUE
TEXTO 2
“Movimentos com a cabeça e sorrisos ocorrem juntamente com uma variedade ampla de vocalizações, como ahã, é, claro e ah. Essas mensagens do nosso interlocutor nos dizem como estamos nos saindo, e reagimos a elas instintivamente e imediatamente. Um olhar perplexo nos faz reformular a frase. Um humm de dúvida nos faz repensar. Sem isso, a conversa acaba logo ou se torna extremamente formal e artificial. Já é difícil ao telefone, quando as deixas visuais estão ausentes. Imaginem a dificuldade de uma conversa face a face se não há retorno visual e auditivo.
Mas é assim que funciona uma interação por e-mail ou em grupo de bate-papo. As mensagens enviadas via computador são completas e unidirecionais. Quando enviamos uma mensagem a alguém, nós a digitamos pressionando uma tecla por vez, mas ela não chega à tela da pessoa um caractere por vez [...]. A mensagem não deixa o computador até que se dê o comando ´enviar´, e isso significa toda a mensagem sendo transmitida como uma unidade e chegando à tela do receptor como unidade. Não há como reagir à mensagem enquanto ela está sendo digitada, pela razão óbvia de que o receptor não sabe que vai receber uma mensagem até o texto chegar. Da mesma forma, não existe nenhuma maneira de o emissor ter uma ideia da eficiência da mensagem enquanto ela está sendo escrita – se foi compreendida ou se necessita de retoques. Não há uma forma técnica (no momento) que permita ao receptor enviar o equivalente eletrônico de um assentimento simultâneo, um ahã, ou qualquer outra das reações audiovisuais que desempenham um papel tão crítico em uma interação face a face. As mensagens não podem se sobrepor. Portanto, os receptores são submetidos a um período de espera antes de o texto aparecer – em sua tela não há nada e de repente aparece algo, um sistema “liga-desliga” que se adapta bem ao mundo binário dos computadores, mas está muito longe da realidade complexa das conversas diárias.”
CRYSTAL, David. A Revolução da Linguagem. Tradução de Ricardo Quintana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005, p. 81.
Assinale a alternativa que apresenta a relação correta.
Alternativa 1:
Os textos I e II não guardam qualquer ligação temática.
Alternativa 2:
O texto II exemplifica o texto I e expressa uma justificativa negativa que confirma a ideia do texto I.
Alternativa 3:
O texto II é consequência do texto I, embora traga um exemplo que coloca em dúvida parte da teoria exposta no texto I.
Alternativa 4:
Ambos os textos comparam o oral com o escrito, mas com perspectivas diferentes. O texto I compara a modalidade oral e a modalidade escrita de uma língua, no processo de produção da mensagem escrita, com ênfase nos efeitos pretendidos pelo destinatário, tendo como base a expressividade oral. Já o texto II enfoca o momento da comunicação entre interlocutores, distinguindo a comunicação face a face da comunicação virtual. Nesse caso, o aspecto alvo para a comparação é o feedback do interlocutor relativo à mensagem enviada por seu emissor.
Alternativa 5:
Ambos os textos comparam o oral com o escrito, mas tomam como ponto de partida momentos diferentes da comunicação. O texto I compara a modalidade oral e a modalidade escrita de uma língua, no momento da produção da mensagem escrita, com ênfase nos efeitos pretendidos pelo emissor, tendo como base a expressividade oral. Já o texto II enfoca o próprio evento da comunicação entre interlocutores, distinguindo a comunicação face a face da comunicação virtual. Nesse caso, o aspecto eleito para a comparação é o feedback do interlocutor relativo à mensagem enviada por seu emissor.
Soluções para a tarefa
Alternativa 5 ambos os tectos comparam oral com escrito
A alternativa 1 é falsa, pois os textos falam de um tema em comum: a comparação entre a modalidade escrita e a oral.
A alternativa 2 é falsa, pois o texto II trata de outro aspecto dessa comparação: a reação do interlocutor à mensagem do emissor numa conversa virtual.
A alternativa 3 é falsa, pois o texto II não é uma consequência do texto I nem questiona a teoria desse texto, apenas traz outro aspecto da discussão.
A alternativa 4 é falsa por apenas um detalhe: não é "destinatário", mas "emissor". São os efeitos pretendidos pelo emissor que é enfatizado no texto I.
Por fim, a alternativa 5 é a verdadeira. O correto é isso mesmo: "Ambos os textos comparam o oral com o escrito, mas com perspectivas diferentes".
O texto I fala da precariedade da modalidade escrita em conseguir expressar sentimentos, entonações, ênfases, pausas, etc, típicas da linguagem oral. O emissor tenta, através da escrita, alcançar alguns efeitos tendo como base a expressividade oral.
Já o texto II fala da impossibilidade do emissor perceber o feedback (reação) do interlocutor durante uma conversa virtual. O texto foca a diferença entre a comunicação face a face e a comunicação virtual.
Alternativa 5.