História, perguntado por leticiaferreiir8267, 11 meses atrás

Leia o texto e faça o que se pede.

Intensivos levantamentos arqueológicos nas regiões montanhosas centrais, na década de 1980, abriram perspectivas para a compreensão do caráter e das origens dos dois Estados, de Judá e de Israel. As novas perspectivas divergiam, de forma dramática, dos relatos bíblicos. Os levantamentos mostraram que a emergência dos israelitas nas regiões montanhosas não tinha sido acontecimento excepcional, mas, de fato, apenas uma de uma série de oscilações demográfi cas que podiam ser traçadas de um século antes.
[...] Mas ainda mais surpreendente, os levantamentos [...] indicaram que em cada onda de assentamento nas regiões montanhosas sempre pareceram existir duas sociedades distintas nas montanhas – no norte e no sul – ocupando mais ou menos as áreas dos futuros reinos de Judá e Israel.
[...] Como o posterior reino de Israel, o assentamento do norte era denso e possuía complexa hierarquia de sítios pequenos, médios e grandes, todos dependentes da agricultura sedentária. A região do sul, como mais tarde o reino de Judá, era bem pouco povoada e apresentava principalmente sítios menores, sem aquela variedade de tamanhos.
[...]
Além das indicações arqueológicas da divisão norte-sul, existe alguma evidência textual importante no Egito. Uma dessas fontes são os chamados textos de execração, inscrições ofensivas gravadas em fragmentos de cerâmica e em estatuetas de prisioneiros de guerra, que deveriam ser quebrados e enterrados numa cerimônia a fi m de causar infortúnio aos inimigos do Egito. Como antigas versões das bonecas de vodu, cobertas por muitos rabiscos ameaçadores, esses textos oferecem traços da geografi a política de Canaã durante aquela época, em particular daqueles lugares e povos que os egípcios consideravam assustadores. Os textos mencionam grande número de cidades costeiras e nas planícies, mas apenas dois centros nas regiões montanhosas: Shechem e (de acordo com a maioria dos eruditos) Jerusalém.
(FINKELSTEIN, Israel; SILBERMAN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São Paulo: Girafa, 2003. p. 212-215).

a) De acordo com o texto acima, as fontes materiais e textuais pesquisadas pelos historiadores e arqueólogos corroboram a versão bíblica sobre a cisão dos hebreus nos Estados de Judá e Israel? Explique apontando as provas oferecidas por eles para fundamentarem sua visão.
b) Em sua opinião, os autores do texto acima desconsideram a Bíblia como documento histórico? Justifique.

Soluções para a tarefa

Respondido por negrusmagister
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a) Não corroboram, haja vista dois achados que contrariam os escritos bíblicos,. Um sugere que, desde o início dos assentos hebraicos em Canaã, formaram-se dois núcleos humanos distintos, um no norte e outro no sul. Outro que identifica, em evidência textual, dois reinos na região ao atual estado de Israel, com as respectivas capitais.
b) Como base de comparação com outros achados de escavações, os registros bíblicos, não só em confirmação às convicções judaicocristãs, podem contribuir, argumentando sobre os usos e costumes dos habitantes do Oriente, na Idade Antiga, de modo decisivo. Os autores não desconsideram os registros históricos das escrituras bíblicas.
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