História, perguntado por Renatoferreia109, 5 meses atrás

Leia o relato de Alvise Cadamosto, um navegador veneziano que esteve na Africa entre 1455 e 1456, a serviço do rei de Portugal. Neste trecho, ele comenta sobre governantes que observou na região da Guiné, nome que os portugueses usavam para se referir à região dos reinos de Gana e do Mali. Provavelmente, estes homens não são senhores no sentido que eles seriam ricos ou possuíssem tesouros ou dinheiro, pois eles não os têm e tampouco forjam moedas. Mas no que tange ao cerimonial ou ao séquito, pode-se lhes chamar de senhor a justo título, pois eles são sempre acompanhados de uma multidão e eles são temidos e reverenciados pelos seus súditos muito mais do que os nossos. [...] Assim, o prestígio do senhor se mede por três coisas: seu séquito, suas breves aparições e a reverência que, por eles, nutrem os seus súditos.
Em que passagens do texto fica claro que Cadamosto utiliza suas próprias referências europeias para analisar a sociedade africana que observava? Explique.

Soluções para a tarefa

Respondido por EduardoPLopes
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Percebe-se isto já nas primeiras linhas do texto, quando o autor diz que os reis da região não seriam ricos "pois eles não os têm e tampouco forjam moedas", considerando que a "riqueza" só se poderia dar por meio da concepção europeia.

Uma forma mais adequada de compreender a riqueza dos reinos de Gana e Mali, que foram observados pelo navegante, era a de influência política, e não por meio do tamanho do seu séquito e da "reverência", como o navegador diz. O fato de controlarem vastas regiões, sendo responsáveis pelo estabelecimento da lei e do comércio em seus territórios, os tornava "senhores" e extremamente ricos, independente de possuírem ou não "moedas".

Respondido por eduardospagnolo
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Após o relato de Alvise Cadamosto, que esteve na África entre 1455 e 1456, podemos analisar que ele usa referências europeias para analisar a sociedade africana nos trechos sobre formação hierárquica dos reinos.

Formação Hierárquica dos Reinos

Entre 1455 e 1456 a Europa, e nela, principalmente Portugal, estava começando a entrar na fase mercantilista, onde ansiavam por matérias-primas e acúmulos de riqueza.

Na sociedade Ocidental, basicamente os homens que eram servidos e possuíam influência na sociedade, eram homens que detinham um grande poder aquisitivo, justamente por ter a crença que se ele possuísse tal riqueza era por vontade divina.

Em consequência disso, ao perceber que nos reinos africanos um homem que não possuía quase nada de riquezas estava sendo cortejado de tal forma, causa espanto e um certo choque de realidade no navegador veneziado.

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