Filosofia, perguntado por ivanhomem11, 1 ano atrás

Leia a seguinte passagem do Tratado da natureza humana no qual Hume tece algumas críticas:

Há muitos filósofos que imaginam que estamos a cada momento intimamente conscientes do que chamamos de nosso “eu” (self); que sentimos sua existência e permanência, e que temos certeza, além da evidência de uma demonstração, de sua perfeita identidade e simplicidade. A mais forte das sensações, a mais violenta paixão, dizem eles, em vez de nos afastarem deste ponto de vista, apenas o reforçam ainda mais intensamente, fazendo-nos considerar sua influência no “eu”, seja pelo prazer ou pela dor que causam. Tentar uma prova mais básica disto seria enfraquecer a própria evidência, uma vez que nenhuma prova pode ser derivada de nenhum fato do qual estamos tão intimamente conscientes, nem há nada de que possamos estar certos, se duvidarmos disto.

A que filósofos Hume está se referindo nesta passagem?



a) Aos filósofos empiristas, como Locke, que defendiam que não há caminho adequado para o conhecimento senão aquele que parte da evidência empírica.


b) Aos filósofos críticos, como Kant, que defendiam que a ideia do “eu” é um conceito vazio, pois não existe experiência empírica possível do self.


c) Aos filósofos racionalistas, como Descartes, que defendiam a certeza do conhecimento a partir da ideia clara e distinta do cogito.


d) Aos filósofos medievais, como Tomás de Aquino, que defendiam que a existência e permanência do “eu” é uma prova básica que não podemos duvidar dado seu caráter divino.


e) Aos filósofos antigos, como Platão, que defendiam que a identidade é uma Ideia perfeita e simples.

Soluções para a tarefa

Respondido por EduardoPLopes
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É correta a alternativa C.

A crítica de Hume se dá ao modo como Descartes fundamenta todas as suas certezas (nas Meditações Metafísicas) sobre o alicerce do cogito, de modo que considera irrefutável a ideia de que existe, sob o pensamento, um algo (ou alguém) que pensa.

Esta certeza, que não está baseada na evidência, é para Hume inaceitável, pois ela acaba servindo de fundamento para si mesmo (de modo que as demais verdades claras e distintas são concluídas a partir da certeza do cogito).

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