Geografia na vida cotidiana????
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A Geografia do cotidiano
A geografia do cotidiano é a geografia do modo de ser, fazer, representar, numa visão do olhar das pessoas que vivem, passam ou habitam um bairro de uma cidade. Pelo fato do seu uso habitual, o bairro pode ser considerado como a privatização progressiva do espaço público. (CERTEAU, 1997).
É o estudo do "mundo vivido" de indivíduos ou pequenos grupos. Podemos considerar o bairro, como um lugar onde ocorrem relações diferenciadas entre as pessoas, onde ocorrem diferentes tipos de especialidades e temporalidades. Essas percebidas de formas distintas entre os grupos sociais que há compõem, pois cada um vivencia o seu cotidiano de modo especifico, possuindo uma diversidade de visões previamente elaboradas e apresentadas corporalmente através de suas ações no mundo banal. A prática de um bairro favorece a ocupação do espaço urbano, o público acaba se tornando o privado devido a trivialidade cotidiana partilhada pelos usuários.
Nessa geografia do cotidiano existem cenários de interação no espaço público, o que Goffman considera como a representação teatral, partindo do caráter dramatúrgico, é a maneira com que o indivíduo se apresenta, em situações comuns como trabalho e o lazer a outras pessoas. Podendo para isso utilizar diferentes tipos de fachadas. O palco são lugares do cotidiano, conhecidos ou não dos atores. Nesse palco, várias máscaras servem para ajudar no desempenho na área de atuação. Sendo assim, propomos uma análise da geografia do cotidiano sob um enfoque goffmaniano, permeando idéias de Benno Werlen (1993), que toma como ponto de partida um sujeito-ator como protagonista da ação e da interação nas estruturas sociais e de como a representação influência a ação. E de Stanislaviski (2005), que sistematiza em seus livros os conhecimentos intuitivos de grandes atores em base de suas experiências do passado re-apresentadas no presente, embutindo o ator num agir contemporâneo que representa uma criação ou realização estimuladora na interação social. Também Michel Mafessoli (1999), que contribui na discussão, ele aponta para a função do processo criador como expressão social como um "nascimento", um "desenvolvimento" e uma "morte" dos elementos que caracterizam a sociedade. Enfatizando as diversas modulações da aparência que formam um conjunto social. O autor considera as teatralidades cotidianas como um vetor de conhecimento, uma alavanca metodológica de importância para a compreensão humana e, que de forma alguma pode ser encarada como uma frivolidade.
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