Formiguinhas
Vem caminhando com passinhos tão pequenos quanto os pés. [...] De longe, pai e mãe observam a menina do cabelo preto. Corre para perto dos pais. Quero comer. Já vamos, a mãe quer tomar um pouco de sol. Olha para a mãe [...]. Passa a mão na barriga da mãe. Ela sabe que em breve teria um irmão, e disseram a ela que seria tão pequeno e frágil que deveria ter muito cuidado com ele. Toda vez que lembra disso fica ansiosa. Resolve brincar novamente. Acha na calçada um pedaço de arame, e dele faz uma lupa de detetive. Atrás da lente imaginária, olha a barriga da mãe e vê o irmãozinho que lhe sorri cúmplice.
Perto de uma árvore repara uma trilha de formigas. Pega sua lente e fica observando o vai e vem das pequeninas. Repara que se aglomeram a alguns passos. A menina começa a matutar o que poderia ser tão interessante assim que atrai tanta gente, e se corrige logo depois: tanta formiga. Remexe no bolso e encontra uma bala. Olha os pais sentados no banco. Sabe que não deve comer doces antes do almoço. Mas eles não saberiam mesmo, além disso, está com fome. Joga a bala na boca com a rapidez das formigas que vão e vem. Não quer atrapalhá-las, não quer assustá-las. [...] Então, tem uma ideia. Espreme-se num lugar na fila dela e ali segue, com passos tão mais miúdos quanto os que dava antes. Tem muito cuidado ao andar para não pisar em nenhuma delas. E se o irmão nascesse daquele tamanho? Aquilo já era um treino. [...]
Ao chegar perto da concentração, vê que se agitam e passam uma por cima das outras. Quando chega o mais perto que pode, dá um passo lateral e pega sua lente magnífica. [...] Comiam uma aranha. Que coisa nojenta, pensa, enquanto observa curiosa. Lembra que uma vez o pote de açúcar da casa da avó ficara cheio de formigas. Lembra também que não devia estar comendo aquela bala antes do almoço. E, entre a lembrança e o espanto, a boca se abre um pouco mais e a bala cai deixando um longo fio de saliva entre a menina e o chão. Limpa a boca rápido e olha novamente para os pais. [...] Quando olha novamente para as formigas seu alvo já tinha mudado. A fila havia se envergado para o lado da bala. [...] O pai agora começava a andar em sua direção. Ele veria a bala. Então coloca a bala perto da aranha. [...]
O que tu estás fazendo, pequena? Olhando as formigas. O pai sorri e passa a mão nos cabelos da menina. Vamos comer? A menina faz que sim com a cabeça e segue de mãos dadas com o pai.
POLESSO, Natalia Borges. Formiguinhas. In: Escrevo. Disponível em: <http://escrevo.etc.br/para-ler-escritoras-1/>. Acesso em: 13 jan. 2021. Fragmento.
A personagem principal desse texto é
a avó.
a mãe.
a menina.
o irmão.
o pai.
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Resposta:
a menina
Explicação:
pois o texto narra uma história da menina. espero ter ajudado =3
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