[FCC - 2010 - TJ-PI - Analista Judiciário]: Nos anos 90, o Brasil estabilizou sua economia e deslanchou um importante processo de reformas estruturais, com o forte impulso dado à privatização e à reorientação da política social. Tais mudanças, não é preciso repetir, deram-se como resposta ao precedente modelo de crescimento via substituição de importações, por um lado, e à aceleração da globalização, por outro. Esse conjunto de transformações alterou profundamente as percepções e estratégias "normais" de ascensão social, cujo horizonte deixa de ser apenas individual para tornar-se coletivo.
De fato, milhões de brasileiros passam a experimentar a mobilidade social em um contexto de mudança no plano das identidades coletivas; de mudanças que dizem respeito não apenas a taxas ou a padrões individuais de mobilidade, mas ao próprio sistema de estratificação social. A classe C deixa de ser "baixa" e começa a ser "média", disputando espaço com os estratos situados imediatamente acima dela - ou seja, as classes médias tradicionais.
Na análise da ascensão da classe C, a questão central é a da sustentabilidade. Se a nova classe média resulta, em grande parte, do encurtamento de distâncias sociais em função da difusão do consumo, como irão seus integrantes gerar a renda necessária para sustentar os novos padrões? Serão sustentáveis? Ou antes, sob que condições serão sustentáveis – os índices de expansão do que se tem denominado a "nova classe média"? Dada a extrema desigualdade no perfil brasileiro de distribuição de renda, os bons e os maus caminhos bifurcam-se logo adiante.
Por um lado, por si só a megamobilidade social a que fizemos referência implica redução das desigualdades de renda. Por outro, o risco de fracasso é alto, o que significa estagnação e, no limite, dependendo de circunstâncias macroeconômicas, até regressão na tendência de melhora na distribuição de renda. Deixando de lado a dinâmica macroeconômica, concentramos nossa atenção em fatores ligados à motivação e à autocapacitação (denominados fatores weberianos) na formação de novos valores sociopolíticos. De fato, o crescimento econômico dos últimos anos traduziu-se em forte expansão da demanda por bens e serviços. Mas as oscilações da renda familiar geradas por empregos pouco estáveis ou atividades por conta própria sinalizam dificuldades para as faixas de renda mais baixa manterem o perfil de consumo ambicionado. Endividando-se além do que lhes permitem os recursos de que dispõem, as famílias situadas nesse patamar defrontam-se com um risco de inadimplência que passa ao largo das famílias da classe média estabelecida.
(Amaury de Souza e Bolívar Lamounier. O Estado de S. Paulo, Aliás, J5, 7 de fevereiro de 2010, com adaptações)
A análise tem como ponto-chave a questão do empreendedorismo.
O empreendedorismo esbarra em obstáculos reais.
A disposição a empreender está disseminada na sociedade.
As frases acima articulam-se em um único período com lógica, clareza e correção, em:
a. O empreendedorismo esbarra em obstáculos reais na sociedade, mas com a disposição que se dissemina na análise, assim como o ponto-chave que é essa questão a empreender.
b. Um ponto-chave na análise é a questão do empreendedorismo, pois, embora esteja disseminada na sociedade, a disposição a empreender esbarra em obstáculos reais.
c. Conquanto a análise tem como ponto-chave a questão do empreendedorismo, o que esbarra em obstáculos reais, a disposição a empreender está, no entanto, disseminada na sociedade.
d. A disposição a empreender está disseminada na sociedade, onde a análise tem como ponto-chave essa questão, que esbarra em obstáculos reais, enquanto está disseminada na sociedade.
e. Com uma análise que tem como ponto-chave a questão do empreendedorismo, ele esbarra em obstáculos reais na sociedade, de que a disposição a empreender está disseminada.
Soluções para a tarefa
Respondido por
8
B). Um ponto-chave na análise é a questão do empreendedorismo, pois, embora esteja disseminada na sociedade, a disposição a empreender esbarra em obstáculos reais
Perguntas interessantes