Fale como a arte registra o problema das migrações. ?
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Resposta:
O mundo está em movimento: estima-se
que 232 milhões de pessoas tenham migrado
internacionalmente em 2013 (IOM, 2013, p. 1).
Demandas de mão de obra, crises econômicas,
urbanização, pobreza arraigada, instabilidade
política, projetos de desenvolvimento e conflitos
continuam alimentando o movimento global
dos povos. Proporcionar serviços sociais, de
saúde e educacionais básicos para as populações
migrantes tornou-se uma preocupação premente
em todas as regiões do mundo. Migrante é um
termo amplo que abrange as pessoas que se
deslocam de seu lugar de residência habitual
para um novo local.
O maior fluxo de migração, cerca de
quarenta por cento da mobilidade geral, ocorre
do Sul global para o Norte global (IOM, 2013).
O maior fluxo se estende entre o México e os
Estados Unidos: de acordo com o Pew Hispanic
Center (2013), entre os 51,9 milhões de hispâni-
cos nos Estados Unidos, 33,5 milhões têm suas
origens familiares no México. Muitos deles são
nascidos nos Estados Unidos. Contudo, estima-
-se que, em 2011, 11,4 milhões de mexicanos
sem documentos estavam nos Estados Unidos
(STONEY; BATALOVA, 2013; ver também PEW
HISPANIC CENTER, 2010).
Grande parte da mobilidade global en-
volve migração “Sul-Sul”.1
Segundo o World
Migration Report [Relatório de Migração do
Mundo] de 2013, entre 35 e 40 por cento da mi-
gração é de caráter “Sul-Sul” (p. 55). Em 2013,
aproximadamente 82,3 milhões de migrantes
internacionais que nasceram no Sul estavam
vivendo no Sul (IOM, 2013). Essa população
não tem recebido atenção suficiente da literatu-
ra acadêmica. Os migrantes Sul-Sul têm maior
1- Enquanto as definições de Sul do Banco Mundial dependem de renda,
assim excluindo do “Sul” países como Cingapura, Hong Kong, Coreia do
Sul e a maioria dos Estados do Golfo Pérsico, as definições do Programa
de Desenvolvimento das Nações Unidas embasam-se em medidas mais
amplas de desenvolvimento humano, restringindo a participação no “Norte”
a países com medidas muito altas no Índice de Desenvolvimento Humano
(BAKEWELL, 2009, p. 3-4). Com a definição do programa, continuam a
existir grandes diferenças nos níveis de desenvolvimento humano dentro
da categoria Sul.
probabilidade que os migrantes Sul-Norte de
estar sem documentos, e, portanto, de ser tra-
balhadores com contratos temporários; eles são
frequentemente excluídos dos serviços sociais,
de saúde e educação; e estão vulneráveis ao
abuso por redes de tráfico humano e pelos na-
cionais (HUJO; PIPER, 2007). A migração Sul-
-Sul está presente principalmente na América
Latina e no Caribe. Em 2013, 64 por cento dos
migrantes internacionais na América Latina e
no Caribe estavam vivendo na grande área em
que eles nasceram (IOM, 2013, p. 2). Embora o
Caribe seja conhecido por seus níveis de emi-
gração incrivelmente altos, também se carac-
teriza pela alta mobilidade intrarregional (IOM,
2013). A América Central também apresenta
níveis significativos de migração intrarregio-
nal (CORDERO; GUTIERREZ; SERRALTA, 2013).
Na América do Sul, países como Argentina,
Brasil, Chile e Uruguai têm atraído migrantes
econômicos (TEXIDO; WARN, 2013). Batalhas
violentas relacionadas ao tráfico de drogas e
ao controle territorial entre guerrilheiros de
esquerda, paramilitares de direita e o Estado
colombiano causaram o deslocamento interno
de 5,7 milhões de pessoas e um fluxo constan-
te de imigrantes colombianos para o Equador
(UNHCR, 2015). Atualmente, reconhece-se que
o Equador hospeda o maior número de refu-
giados na América Latina: 55.840 refugiados
colombianos, 1.140 refugiados de outras nacio-
nalidades, 78.840 pessoas em situações seme-
lhantes às de refugiados, e 7.000 requerentes de
asilo (UNHCR, 2014).
Esse breve resumo sugere a vasta escala
e a incrível complexidade da migração nas
Américas. A maioria dos estudos existentes
sobre a migração tem se concentrado nas
remessas econômicas; não se tem dado atenção
suficiente às políticas sociais e especialmente
às políticas educacionais para aqueles afetados
pela migração. A maioria dos países das
Américas professam o respeito pelo direito do
migrante à educação; no entanto, geralmente
o acesso à educação é limitado, e o apoio às
crianças (i)migrantes, raro.