escravos de tigre oque eram ?
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Todo dia de manhã, eles eram esvaziados em barris de madeira que ficavam embaixo das escadas ou em um canto mais recolhido da casa. Quando o tonel já estava quase transbordando, recorria-se ao “préstimo” do escravo! Era sobre as cabeças deles que o peso das barricas era conduzido para ser despejado na “beira” das marés. Em seguida, os carregadores retornavam com os recipientes vazios para receber nova carga.
Esses barris eram chamados de “tigres” e os seus condutores, de “tigreiros”. Talvez o nome fosse uma alusão à coragem dos carregadores ou, quem sabe, à imagem desagradável das barricas que, ao transbordar, espalhavam fezes nos corpos dos escravos e dos negros de ganho, numa combinação que lembrava a pelagem dos tigres. Existem versões que afirmam que o apelido foi dado porque, ao avistar os negros levando barris de dejetos, os transeuntes, com medo de ficarem sujos, afastavam-se rapidamente, como se fugissem de um animal selvagem.
Em abril de 1840, o Diário de Pernambuco publicou mais uma denúncia sobre o não-cumprimento da proibição do despejo de dejetos do alto dos sobrados. Rogava-se que as autoridades policiais lançassem suas vistas de “piedade e caridade para a infeliz e imunda Rua do Livramento, onde em pleno dia são lançadas da casa do Tesoureiro Geral uma fartura d’águas pútridas, por seus escravos, os quais, apesar de advertidos, continuam em tal procedimento, transformando a rua em lamoso charco, que causa miasmas fétidos e nocivos à salubridade pública”. O artigo relata que os vizinhos não podiam conter a náusea diante do mau cheiro.
hábito comum nas cidades era o despejo dos penicos cheios do alto dos sobrados, sem perdoar o caminhante que passava distraído pela rua, a qualquer hora do dia ou da noite. Os algozes ficavam à espreita por trás das janelas dos sobrados, esperando algum desafeto passar para “honrá-lo” com excrementos atirados pela janela. A situação era tão séria que em 1831 a Câmara Municipal editou um regulamento determinando que o arremesso de “águas servidas” para a rua só poderia ser feito à noite, e, mesmo assim, após ser dado um aviso prévio por três vezes seguidas: “Água vai!... Água vai!... Água vai!...”.
O infrator estaria sujeito a multa e deveria pagar indenização pelos prejuízos causados à vítima.
Lei de 1853 concedeu a John Frederick Russel, súdito britânico e major de nossa Guarda Nacional, o privilégio exclusivo de, por 90 anos, "construir e estender todas as obras necessárias para o estabelecimento de um sistema completo de despejos e esgotos das habitações, semelhante ao adotado na Inglaterra". De fato, à época, o serviço de esgoto só existia em Londres e Hamburgo, além de pequena área em Nova York.
O concessionário gozava de isenção de impostos de importação do material necessário, e direito de exportar, sem impostos, todo o estrume que resultasse do tratamento em suas máquinas. Entretanto, as obras só se iniciariam em fevereiro de 1862 quando a concessão foi transferida para a The Rio de Janeiro City Improvements Co., Ltd., que ficou conhecida como a CITY.
Até então, os dejetos eram guardados nas residências, em barris. A remoção dos barris cheios se fazia, normalmente à noite, quando escravos, carregando os barris à cabeça, cruzavam a cidade até terrenos baldios ou o mar, onde a imundície era despejada.
Um comerciante inglês que viveu no Rio entre 1808 e 1818 relata que, em muitos casos, esses barris eram esvaziados diariamente, em outros, apenas uma vez por semana, dependendo do número de escravos disponíveis (e, necessariamente, da quantidade de usuários do mesmo barril). Se ocorresse desabar uma chuvarada, a carga era despejada em plena rua, deixando-se, à enxurrada, a tarefa de levá-la ao mar.
O conjunto escravo-barril era apelidado de tigre, em razão do aspecto dos carregadores. Transbordamentos iam deixando rastros no corpo do homem que, assim, ficava com listras sinuosas.
Conta Manoel de Macedo (o autor de A Moreninha) que um viajante francês, demorando-se por alguns dias no Rio, ouviu, de patrícios, queixas dos incômodos tigres que, freqüentemente, corriam pelas ruas à noite. Algum tempo depois, veio a publicar um livro de viagens em que relatava: "Na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, feras terríveis, os tigres, vagam, durante a noite, pelas ruas..."
Segundo Brasil Gerson , em sua História das Ruas do Rio de Janeiro, o local onde residiu Mr. Russel deu nome à região onde, mais tarde, foi construído o Hotel Glória.
Esses barris eram chamados de “tigres” e os seus condutores, de “tigreiros”. Talvez o nome fosse uma alusão à coragem dos carregadores ou, quem sabe, à imagem desagradável das barricas que, ao transbordar, espalhavam fezes nos corpos dos escravos e dos negros de ganho, numa combinação que lembrava a pelagem dos tigres. Existem versões que afirmam que o apelido foi dado porque, ao avistar os negros levando barris de dejetos, os transeuntes, com medo de ficarem sujos, afastavam-se rapidamente, como se fugissem de um animal selvagem.
Em abril de 1840, o Diário de Pernambuco publicou mais uma denúncia sobre o não-cumprimento da proibição do despejo de dejetos do alto dos sobrados. Rogava-se que as autoridades policiais lançassem suas vistas de “piedade e caridade para a infeliz e imunda Rua do Livramento, onde em pleno dia são lançadas da casa do Tesoureiro Geral uma fartura d’águas pútridas, por seus escravos, os quais, apesar de advertidos, continuam em tal procedimento, transformando a rua em lamoso charco, que causa miasmas fétidos e nocivos à salubridade pública”. O artigo relata que os vizinhos não podiam conter a náusea diante do mau cheiro.
hábito comum nas cidades era o despejo dos penicos cheios do alto dos sobrados, sem perdoar o caminhante que passava distraído pela rua, a qualquer hora do dia ou da noite. Os algozes ficavam à espreita por trás das janelas dos sobrados, esperando algum desafeto passar para “honrá-lo” com excrementos atirados pela janela. A situação era tão séria que em 1831 a Câmara Municipal editou um regulamento determinando que o arremesso de “águas servidas” para a rua só poderia ser feito à noite, e, mesmo assim, após ser dado um aviso prévio por três vezes seguidas: “Água vai!... Água vai!... Água vai!...”.
O infrator estaria sujeito a multa e deveria pagar indenização pelos prejuízos causados à vítima.
Lei de 1853 concedeu a John Frederick Russel, súdito britânico e major de nossa Guarda Nacional, o privilégio exclusivo de, por 90 anos, "construir e estender todas as obras necessárias para o estabelecimento de um sistema completo de despejos e esgotos das habitações, semelhante ao adotado na Inglaterra". De fato, à época, o serviço de esgoto só existia em Londres e Hamburgo, além de pequena área em Nova York.
O concessionário gozava de isenção de impostos de importação do material necessário, e direito de exportar, sem impostos, todo o estrume que resultasse do tratamento em suas máquinas. Entretanto, as obras só se iniciariam em fevereiro de 1862 quando a concessão foi transferida para a The Rio de Janeiro City Improvements Co., Ltd., que ficou conhecida como a CITY.
Até então, os dejetos eram guardados nas residências, em barris. A remoção dos barris cheios se fazia, normalmente à noite, quando escravos, carregando os barris à cabeça, cruzavam a cidade até terrenos baldios ou o mar, onde a imundície era despejada.
Um comerciante inglês que viveu no Rio entre 1808 e 1818 relata que, em muitos casos, esses barris eram esvaziados diariamente, em outros, apenas uma vez por semana, dependendo do número de escravos disponíveis (e, necessariamente, da quantidade de usuários do mesmo barril). Se ocorresse desabar uma chuvarada, a carga era despejada em plena rua, deixando-se, à enxurrada, a tarefa de levá-la ao mar.
O conjunto escravo-barril era apelidado de tigre, em razão do aspecto dos carregadores. Transbordamentos iam deixando rastros no corpo do homem que, assim, ficava com listras sinuosas.
Conta Manoel de Macedo (o autor de A Moreninha) que um viajante francês, demorando-se por alguns dias no Rio, ouviu, de patrícios, queixas dos incômodos tigres que, freqüentemente, corriam pelas ruas à noite. Algum tempo depois, veio a publicar um livro de viagens em que relatava: "Na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, feras terríveis, os tigres, vagam, durante a noite, pelas ruas..."
Segundo Brasil Gerson , em sua História das Ruas do Rio de Janeiro, o local onde residiu Mr. Russel deu nome à região onde, mais tarde, foi construído o Hotel Glória.
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