Filosofia, perguntado por elizannemunizpereira, 10 meses atrás

De um exemplo sobre mitos e logos

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Respondido por alicheduardo43
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Resposta:

Mito. A palavra mito tem um sentido próprio e um sentido vulgar. Vulgarmente, a sua noção está associada à idéia de alucinação, delírio, fantasia difícil de se realizar. Propriamente falando, a dimensão mítica do ser humano está vinculada à construção de sentido, sentido este que procura uma explicação para as suas necessidades vitais. Uma dessas necessidades refere-se à criação do mundo e dos seres humanos.

Logos. Nome atribuído a Jesus Cristo, peculiar ao Evangelho de João. Deus considerado como razão, a fonte das ideias na filosofia antiga, e em particular entre os estóicos, como criador que penetra todas as coisas. Verbo divino. Para os propósitos de nosso estudo, logos significa simplesmente razão.

Explicação:

6.1. EVOLUÇÃO LINEAR DO MITO À RAZÃO

A tese da evolução linear do mito à razão não só é historicamente inexata como também não consegue explicar certos fenômenos culturais complexos. No caso extremo, o mito é rebaixado a uma fábula sem valor. É preciso ponderar sobre a dialética mytho/logos, pois já se afirmou que o homem é um ser mítico. Quer dizer, trazemos jungidos ao nosso psiquismo os condicionamentos das diversas narrativas fantasiosas e dos feitos das divindades do politeísmo.

6.2. FRONTEIRA ENTRE O MITO E O LOGOS

A fronteira entre o mytho e o logos não é percebida com facilidade. Nesse sentido, a astrologia e as demais pseudociências do universo acabaram caindo no mito que combatiam. Vindas para desmoronar o sacrifício das religiões oficiais, terminam criando o cosmo como um grande Anthropos, um homem cuja inteligência reside no movimento eterno e harmônico das esferas celestes, cujos olhos correspondem ao Sol e à Lua e a cujos pés jaz a matéria, num jogo sutil de correspondências regido por um único tema que varia até o infinito. (Enciclopédia Einaudi)

6.3. O MITO-LOGOS DO CRISTIANISMO

O mytho/logos do cristianismo primitivo apresenta uma novidade: o logos se divinizou e ao mesmo tempo se personalizou a ponto de coincidir com a própria pessoa do fundador. Observe que o mito da Trindade provindo das grandes religiões da Antigüidade – como vemos na trindade egípcia formada por Osíris, Ísis e Horus – deu à Igreja a possibilidade de incluir o Cristo na Mitologia Cristã como a segunda pessoa de Deus, de maneira que a Igreja, fundada pelo Cristo segundo a interpretação católico-romana, podia se apresentar como instituição divina do próprio Deus em pessoa.  (Enciclopédia Einaudi)

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