como Hipócrates explicava o processo patológico?
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Resposta:
Hipócrates de Cós desenvolveu, entre os séculos IV a.C. e V a.C., uma criteriosa análise das patologias que afetavam os seres humanos. O pensamento médico de Hipócrates foi considerado uma ruptura com o tipo de “pensamento mágico” sobre as doenças, muito presente em culturas primitivas que se valiam do xamanismo, por exemplo. Para Hipócrates, o corpo humano estava em conexão com a phisis, a natureza, e essa conexão, a priori, era harmoniosa. A doença tornava-se verificável quando essa harmonia alterava-se.
A atenção para sinais como febre, inchaços, amarelamento e demais traços que na moderna medicina são chamados de sintomas e a tentativa de relacionar tais sinais com possíveis distúrbios na harmonia do corpo foram uns dos principais avanços do pensamento de Hipócrates. Além disso, Hipócrates também avançou em direção à prescrição de cura e de prevenção de doenças por meio de propostas de dietas que advinham da observação de quais alimentos combinavam ou não com o tipo de humor do indivíduo.
Humor, na medicina grega (e esse legado estendeu-se até a Idade Média), era entendido como aquilo que definia a composição alquímica de uma pessoa, isto é, a relação entre sua alma e seu corpo, seu temperamento e as manifestações físicas corporais. Os quatro humores principais aos quais se enquadravam os organismos eram: o colérico, o melancólico, o sanguíneo e o fleumático.
Sendo assim, Hipócrates, seguido por outros, como Galeno, e por medievais, como Avicena e Pedro Hispano, construiu as bases para a medicina ocidental. A diferenciação entre o normal (o estado de harmonia) e o patológico (o estado de afetação do corpo – desarmonia) foi a principal contribuição da medicina antiga para a ciência médica moderna.