[...] Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira; sobre o padrinho houve suas dúvidas: o Leonardo queria que fosse o Sr. Juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. Já se sabe que houve nesse dia função: os convidados do dono da casa, que eram todos dalém-mar, cantavam ao desafio, segundo seus costumes; os convidados da comadre, que eram todos da terra, dançavam o fado. O compadre trouxe a rabeca, que é, como se sabe, o instrumento favorito da gente do ofício. A princípio o Leonardo quis que a festa tivesse ares aristocráticos e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi aceita a ideia, ainda que houvesse dificuldade em encontrarem-se pares. [...] O compadre foi quem tocou o minuete na rabeca; e o afilhadinho, deitado no colo da Maria, acompanhava cada arcada con um guincho e um esperneio. Isso fez com que o compadre perdesse muitas vezes o compasso e fosse obrigado a recomeçar outras tantas. Depois do minuete foi desaparecendo a cerimônia e a brincadeira aferventou, como se dizia naquele tempo. Chegaram uns rapazes de viola e machete: o Leonardo, instado pelas senhoras, decidiu-se a romper a parte lírica do divertimento. Sentou-se num tamborete, em um lugar isolado da sala, e tomou uma viola. Fazia um belo efeito cômico vê-lo, em trajes do ofício, de casaca, calção e espadim, acompanhando com um monótono zum-zum nas cordas do instrumento o garganteado de uma modinha pátria. [...] O canto do Leonardo foi o derradeiro toque de rebate para esquentar-se a brincadeira, foi o adeus às cerimô nias. Tudo daí em diante foi burburinho, que depressa passou à gritaria, e ainda mais depressa à algazarra, e não foi ainda mais adiante porque de vez em quando viam-se passar através das rótulas da porta e janelas umas certas figuras que denunciavam que o Vidigal andava perto. [...]
1. Qual é a classe social a que pertencem as personagens descritas no trecho?
Compare esse tipo de personagem com o que aparece em outros romances urbanos do Romantismo.
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Olá, tudo bem? Vou te ajudar nessa questão:
1. Os personagens descritos parecem pertencer a uma classe social mais pobre, menos abastada, já que Leonardo estava uniformizado e queria que a festa tivesse um ar aristocrático.
Em geral, os romances urbanos do Romantismo retratavam, principalmente, as elites cariocas do século XIX. Obras de autores como José de Alencar e Joaquim Manoel de Macedo abordavam os costumes das classes sociais mais abastadas do Rio de Janeiro, incluindo suas festas, banquetes e relacionamentos amorosos e de interesse.
1. Os personagens descritos parecem pertencer a uma classe social mais pobre, menos abastada, já que Leonardo estava uniformizado e queria que a festa tivesse um ar aristocrático.
Em geral, os romances urbanos do Romantismo retratavam, principalmente, as elites cariocas do século XIX. Obras de autores como José de Alencar e Joaquim Manoel de Macedo abordavam os costumes das classes sociais mais abastadas do Rio de Janeiro, incluindo suas festas, banquetes e relacionamentos amorosos e de interesse.
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