"Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo dagora assim os achávamos como os de lá. (As) águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute (isso) bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!" ("Carta de Pero Vaz Caminha ao Rei de Portugal" em 1°/5/1500.) Segundo a carta, que informa ao Rei de Portugal tudo o que fora observado durante a curta estadia em nossa costa atlântica, Pero Vaz de Caminha apresenta possibilidades oferecidas pela terra recém-descoberta. Dentre essas possibilidades, de acordo com o texto, estão:
a) A extração de metais e pedras preciosas no interior do território, área não explorada então pelos portugueses.
b) A pesca e a caça, pela qualidade das águas e terras onde aportaram os navios portugueses.
c) A extração de pau-brasil e a pecuária, de grande valor econômico naquela virada de século.
d) A conversão dos indígenas ao catolicismo e a utilização da nova terra como escala nas viagens ao Oriente.
e) A conquista de Calicute a partir das terras brasileiras e a cura de doenças pelos bons ares aqui encontrados.
Soluções para a tarefa
Resposta:Correto é a letra D)
Explicação:
O texto evidencia exatamente essa questão: converter (“salvar”) os indígenas ao catolicismo e utilizar a nova terra como pousada (escala) às terras orientais (Calicute).
É correta a alternativa D.
No trecho, Caminha afirma não ter encontrado nas terras recém-descobertas nem prata e nem ouro, de modo que não sabe se há ali tais recursos, e, apesar de elogiar as qualidades do solo e do clima (que aponta como adequados para o cultivo), ressalta que a principal "obra" que pode ser feita ali é a "salvação das almas" (conversão ao Cristianismo) dos nativos e o uso da terra como uma "parada" antes de Calicute (na Índia).
O projeto que a Monarquia Portuguesa de fato colocaria em prática, contudo, não seria nem tanto a conversão dos nativos, mas sim o uso das terras para a exploração agrícola, com o cultivo da cana-de-açúcar.