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ERBIL, Iraque — Os curdos iraquianos votam nesta segunda-feira em um referendo de independência, em meio a uma mistura de entusiasmo e forte apreensão em razão das ameaças de represálias das autoridades centrais do Iraque, Turquia e Irã. A primeira medida de retaliação veio de Teerã, que proibiu no domingo todos os voos com o Curdistão iraquiano a pedido do governo de Bagdá. A Turquia fechou a fronteira terreste com a região autônoma e o Parlamento iraquiano deslocou as Forças Armadas para o Curdistão. Entenda aqui mais sobre quem são os curdos:
QUEM SÃO OS CURDOS?
Os curdos são um povo sem Estado que vive em Iraque, Irã, Turquia e Síria. De origem indo-europeia, eles descendem dos medos da Pérsia antiga, que fundaram um império no século VII a.C. Em sua maioria muçulmanos sunitas, com minorias não-muçulmanas e muitas vezes formações políticas e laicas, os curdos estão estabelecidos em uma área de cerca de meio milhão de quilômetros quadrados.
O número total de curdos varia dependendo da fonte, de 25 a 35 milhões de pessoas. A maioria vive na Turquia (12 a 15 milhões, 20% da população do país), à frente de Irã (cerca de 6 milhões, menos de 10%), Iraque (4,69 milhões, entre 15% e 20%) e Síria (mais de dois milhões, 15%). Situados em zonas do interior, o povo curdo conseguiu preservar seus diferentes dialetos, suas tradições e um modo de organização baseado em clãs. Existem também importantes comunidades curdas no Azerbaijão, Armênia e Líbano, bem como na Europa, principalmente na Alemanha.
REGIÃO AUTÔNOMA NO IRAQUE
O Curdistão iraquiano é uma região autônoma desde 1991. Na região montanhosa do Norte do Iraque, o Curdistão tem 4,5 milhões de habitantes, em sua maioria curdos, apesar de ter uma minoria turcomana. Suas línguas oficiais são o curdo e o árabe, e a religião majoritária é o islamismo sunita. O Curdistão é composto de três províncias: Dohuk, Erbil e Solimania, mas os curdos iraquianos reclamam outros territórios a Bagdá, especialmente a província multiétnica e petroleira de Kirkuk.
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O Curdistão iraquiano, cuja capital é Erbil, tornou-se uma região autônoma por causa da Constituição do Iraque de 2005, que instaurou uma República federal. A região já gozava de autonomia desde a Guerra do Golfo de 1991. Após a derrota iraquiana, os curdos se revoltaram, mas a repressão provocou um êxodo e forçou os Estados Unidos e seus aliados a instaurarem uma zona de exclusão aérea para proteger seus moradores.
Em 1992, os curdos iraquianos elegeram um Parlamento e formaram um governo. Mas essas instituições ficaram paralisadas entre 1994 e 1998 por causa dos violentos confrontos entre o Partido Democrático do Curdistão (PDC) e seu rival da União Patriótica do Curdistão (UPC). Em 2003, os curdos se uniram à coalizão internacional para derrubar Saddam Hussein e, no começo de 2016, estabeleceram uma administração unificada.
A região enfrenta uma complicada situação econômica, causada sobretudo pela queda dos preços do petróleo, sua principal fonte de renda. Os gastos com militantes para lutar contra os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) também têm consequências sobre seu orçamento.
POVO SEM ESTADO
A queda do Império Otomano ao final da Primeira Guerra Mundial havia aberto um caminho para a criação de um Estado curdo, previsto pelo tratado de Sevres de 1920, que o situava no Leste da península turca de Anatólia e na atual província iraquiana de Mossul. Porém, após a vitória de Mustafa Kemal na Turquia, os Aliados modificaram sua decisão e, em 1923, o tratado de Lausanne instaurou o domínio da Turquia, Irã, Reino Unido (no Iraque) e França (na Síria) sobre as populações curdas.