Alguém por favor pode me ajudar nessa:
A concepção atual de surdez, conforme estabelecido em nosso livro texto, é a de diferença linguística, entretanto, alguns autores também consideram a surdez como “experiência visual”, pois o surdo interpreta e compreende o mundo muito mais pela visão do que pela ausência de audição. Neste sentido, considerando a dificuldade que o aluno surdo tem em relação à compreensão da Língua Portuguesa, como o professor de Matemática pode contribuir para favorecer a interpretação de enunciados verbais de problemas matemáticos, atuando em uma perspectiva inclusiva?
Soluções para a tarefa
Resposta:
A experiência no magistério, particularmente nas aulas de Matemática da 5a
série do ensino fundamental, tem revelado que a maioria dos alunos se considera incapazes de resolver problemas de matemática. Em geral a principal dificuldade, desses alunos, encontra-se na leitura e interpretação da situação-problema, e nesse caso recusam-se a pensar sobre a questão e insistem para que o professor indique os procedimentos necessários para chegar à resposta desejada. Esse comportamento ocorre em todos os níveis da educação básica, sendo também indicado como uma das possíveis causas para o baixo desempenho dos alunos nas avaliações realizadas em âmbito nacional, como SAEB e PISA, entre outras. Pesquisas recentes como, Lopes (2007), Sgarbosa (2007), D´Antonio (2006), indicam que a complexidade envolvida no ato de resolução de problemas vai além da questão da fluência na leitura ou da utilização ou não de estratégias ou conhecimentos conceituais isolados.
Essas pesquisas também apontam que a compreensão dos enunciados dos problemas e o uso de estratégias ou procedimentos adequados dependem de vários fatores, dentre os quais a compreensão do gênero discursivo “enunciados de problemas escolares de matemática” e dos termos ou expressões que neles aparecem, a mobilização de conhecimentos prévios e a retenção ou controle das informações contidas nos enunciados.
Estudos realizados no campo da lingüística (como os HENRY, 1992 e FERREIRA, 2000) mostram que um dos problemas mais importantes que o ensino das várias disciplinas e, em especial, da matemática tem de enfrentar parece residir no problema estrutural da própria língua, isto é, em suas contradições, deslocamentos, equívocos e ambiguidades. Longe de se pensar em uma língua perfeita, totalmente formalizável dentro de modelos matemáticos, devemos ter consciência de suas falhas, limites, bem como na própria descontinuidade entre a cultura social do aluno e a da escola, ou seja, os conhecimentos que aquele traz e que irá defrontar-se com os da sala de aula.
Disso decorre a importância dessa discussão, cujo propósito será o de oferecer aos professores que trabalham com a sala de apoio mais uma ferramenta pedagógica para o trabalho com a leitura e interpretação de problemas matemáticos em sala de aula, por entendermos que este trabalho deverá contribuir para que o professor possa ofertar, em suas aulas, diferentes estratégias de leitura e interpretação de problemas de matemática.
Explicação passo-a-passo: