Português, perguntado por lucas18floriana, 7 meses atrás

Além do sorriso e da gargalhada


Difícil não reconhecer que uma boa risada – de preferência daquelas que nos surpreendem pela sua intensidade – nos deixa mais leves, mesmo quando as coisas não vão bem. Um  sorriso,  em  geral,  quebra  resistências  (as  próprias  e  as  alheias). Não  por  acaso, durante  uma  briga  de  namorados  aquele  que  consegue  fazer  os  lábios  do  parceiro  se moverem  para  cima  com  certeza  conseguiu  quebrar  as  resistências  do  outro  –  e  está  a caminho de conseguir uma trégua. A química cerebral está por trás da reconciliação: há uma descarga de endorfinas na corrente sanguínea quando rimos que chega aos centros de prazer cerebrais e os estimula.


Riso e bom humor são os temas da seção especial desta edição. Naturalmente os dois não  são  sinônimos  e  seria  ingenuidade  tomá-los  assim. O  primeiro,  independentemente  de sua  intensidade,  ocorre  num momento  específico,  pontual.  E  não  é  novidade  que  pode  ter vários  sentidos;  uma  pessoa  pode  rir  de  maneira  divertida,  tímida,  amedrontada,  falsa, sarcástica ou até maldosa – quem não se lembra da gargalhada cruel da madrasta da Branca de Neve,  por  exemplo?  Já o  bom  humor  implica  algo mais  amplo, uma postura  flexível e a capacidade de encontrar graça nas mais diferentes situações. Há, nessa forma de ver a vida, uma manifestação de inteligência, que nos permite reorganizar os mais diversos elementos de maneira criativa. Mas há, nesses dois  temas, um ponto de convergência: o sistema cerebral “se  diverte”  quando  percebe  uma  incongruência  e  consegue  solucioná-la.  Se  isso  se  dá pontualmente, a expressão dessa excitação neural pode aparecer como um sorriso ou quiçá uma  gargalhada.  O  cérebro  curioso,  disposto  a  levar  “pequenos  escorregões”  e  ser surpreendido,  nem  sempre  ri  de  forma  óbvia  – mas  vê  o mundo  como  um  lugar  repleto  de motivos para achar graça.

 

Uma discussão que vem à  tona com  frequência quando nos voltamos para a questão humor diz  respeito à  resiliência, uma espécie de equivalente psíquico da  resistência  física – que  pode  ser  grande  aliada  no  tratamento  psicoterapêutico. Diante  das  adversidades,  esse aspecto  faz  com  que  sejamos  capazes  de  enfrentar  frustrações  e  perdas. Não  se  trata  de negar  a  dor  ou  tentar  disfarçá-la  –  pelo  contrário.  A  habilidade  abarca  justamente  a possibilidade  de  reconhecer  o  sofrimento,  mas  não  se  deter  nele.  Carlos  Drummond  de Andrade  deve  ter  razão:  “... O  primeiro  amor  passou. O  segundo  amor  passou. O  terceiro amor  passou.  Mas  o  coração  continua.  [...]  Algumas  palavras  duras,  em  voz  mansa,  te golpearam. Nunca, nunca cicatrizaram. Mas e o humor?”


Boa leitura. Divirta-se.


 (Adaptado de LEAL, G. Além do sorriso e da gargalhada. Mente & Cérebro, São Paulo, ano 16, n. 198, p. 3, jun. 2009)

 

Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo, em relação às palavras destacadas da frase:


“Naturalmente os dois não são sinônimos e seria ingenuidade tomá-los assim.”
 

(  )  O  vocábulo os está  empregado como artigo definido na primeira ocorrência e como pronome oblíquo na segunda.


(  )  A expressão “os dois não são sinônimos” corresponde, semanticamente, a “os dois são antônimos”.


(  )  A palavra naturalmente pode ser deslocada para o início da segunda oração sem alterar o significado da frase.


(  )  A palavra assim refere-se ao fato de os dois (termos) serem sinônimos.


(  )  O uso do verbo seria em lugar de é atenua a força da afirmação.
 


Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.

a)   V – F – V – V – F  

b)   F – F – V – F – V  

c)   F – V – F – V – F  

d)   V – V – V – F – V  

e)   V – F – F – V – V

Soluções para a tarefa

Respondido por alcione11050853
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Resposta:

A)V B)F C)F D)V E)V

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