Albert Bandura é um psicólogo cognitivo, dedicado a aspectos da aprendizagem infantil. Um de seus estudos mais conhecidos consistiu inicialmente no seguinte experimento: crianças em idade pré-escolar foram aleatoriamente alocadas em três grupos. Cada grupo de crianças assistiu a um vídeo em que um adulto golpeava um boneco "joão-bobo", a diferença é a de que, em um dos vídeos, o "agressor" era recompensado com balas e elogios ao final da ação de "espancar" o boneco; no segundo o "agressor" era punido pela ação; no terceiro vídeo não havia ao final nem recompensa e nem punição. Cada um dos três grupos de crianças assistiu a somente um dos vídeos.
Em seguida, cada criança foi isoladamente colocada em uma sala com o boneco, sendo observada por um vidro espelhado. Apenas as crianças que assistiram ao vídeo em que o adulto era punido ao final não golpearam o "joão-bobo". Muitas crianças dos outros dois grupos chegaram a reproduzir os mesmos tipos de golpes que o adulto do vídeo aplicou contra o boneco.
Já na última fase do experimento, algo chamou a atenção do pesquisador: ao afirmar para as crianças que elas seriam recompensadas caso agredissem o boneco, quase todas elas foram capazes de realizar gestos similares aos do "agressor" que elas assistiram pelo vídeo. Mesmo as crianças do grupo em que o ator havia sido punido imitaram os gestos dele.
Seu desafio consiste em analisar este experimento de Bandura, apresentando em seguida duas considerações que expliquem o comportamento das crianças na última fase do experimento. O que explicaria que quase todas as crianças imitaram os golpes do "agressor"? Por que isso foi verificado também nas crianças que em princípio não haviam agredido o boneco?
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO
Ao analisar o experimento, espera-se que o aluno relacione a figura do ator como uma influência para o comportamento das crianças, exceto no caso do vídeo em que a punição demonstrou que tal comportamento não era um exemplo a ser seguido. Noutras palavras, as crianças tendem a imitar o comportamento de um modelo, a menos que compreendam que tal comportamento é inadequado. Quanto à descrição da última parte do experimento, em que mesmo as crianças que não imitaram inicialmente a ação do ator "agrediram" o boneco, é possível verificar uma distinção entre o desempenho e a aprendizagem. Desse modo, o fato de que as crianças, em princípio, não tenham desempenhado a ação prevista (de imitar os atos do "agressor" do boneco), não significou que ela não tenha aprendido tais comportamentos. Elas tão somente não o haviam demonstrado até que uma recompensa fosse apresentada. De fato, Bandura concluiu com o experimento que mesmo quando uma criança observa um comportamento e não produz nenhuma resposta observável, ela pode ter aprendido a resposta, embora não a tenha manifestado.
Soluções para a tarefa
Explicação:
A teoria de Albert Bandura diz respeito ao que ele chamou de “reforço vicariante”. Observando o comportamento de outras pessoas no meio, esperamos seus resultados e então decidimos se vale a pena imitar determinada postura, dependendo do reforçamento (ou não) que pudemos ver aquela pessoa receber por sua conduta.
Na imitação, as crianças do experimento passaram por quatro processos envolvidos na observação e produção comportamental: atenção, retenção, produção (ou seja, transpor representações simbólicas para o meio “real”) e processos motivacionais e incentivos (reforço e punição).
É por esse motivo que ainda mais crianças, na última fase do experimento, bateram no João Bobo: primeiramente, elas observaram um modelo que já tinha, então, maior importância para elas por ser um adulto, um modelo de “poder hierárquico” – e isso facilitou a atenção e memorização dos comportamentos da mulher do vídeo. Em segundo lugar, elas sabiam que seriam recompensadas por aquele ato caso o imitassem, o que constitui o quarto processo envolvido na observação e produção comportamental. Mesmo as crianças que não chegaram a produzir os comportamentos os retiveram – elas aprenderam, a partir do modelo que foi visto, a bater no joão-bobo, mesmo que não o tenham feito; portanto, utilizaram de seu aprendizado para serem recompensadas ao final do experimento.
Resposta:
Explicação:
Ao analisar o experimento, espera-se que o aluno relacione a figura do ator como uma influência para o comportamento das crianças, exceto no caso do vídeo em que a punição demonstrou que tal comportamento não era um exemplo a ser seguido. Noutras palavras, as crianças tendem a imitar o comportamento de um modelo, a menos que compreendam que tal comportamento é inadequado. Quanto à descrição da última parte do experimento, em que mesmo as crianças que não imitaram inicialmente a ação do ator "agrediram" o boneco, é possível verificar uma distinção entre o desempenho e a aprendizagem. Desse modo, o fato de que as crianças, em princípio, não tenham desempenhado a ação prevista (de imitar os atos do "agressor" do boneco), não significou que ela não tenha aprendido tais comportamentos. Elas tão somente não o haviam demonstrado até que uma recompensa fosse apresentada. De fato, Bandura concluiu com o experimento que mesmo quando uma criança observa um comportamento e não produz nenhuma resposta observável, ela pode ter aprendido a resposta, embora não a tenha manifestado.