Filosofia, perguntado por Txl153lxT, 3 meses atrás

A tradição aristotélica das três formas de governo:
Uma das primeiras disputas de que se tem notícia em torno das três formas de Governo é narrada por Heródoto (III, 80-83). Otane, Megabizo e Dario discutem sobre a futura forma de Governo da Pérsia. Enquanto Megabizo defende a aristocracia e Dario a monarquia, Otane toma a defesa do Governo popular, que segundo o antigo uso grego chama de Isonomia, ou igualdade das leis, ou igualdade diante da lei, com o argumento que ainda hoje os defensores da Democracia têm como fundamental: “Como poderia a monarquia ser coisa perfeita, se lhe é lícito fazer tudo o que deseja sem o dever de prestar contas?”
Igualmente clássico é o argumento com o qual o fautor da oligarquia e, em seu encalço o fautor da monarquia, condenam o Governo democrático: “Não há coisa... mais estulta e mais insolente que uma multidão incapaz”. Como pode governar bem “aquele que não recebeu instrução nem conheceu nada de bom e de conveniente e que desequilibra os negócios públicos, intrometendo-se, sem discernimento, semelhante a uma torrente caudalosa”?
Das cinco formas de Governo descritas por Platão na República, aristocracia, timocracia, oligarquia, democracia e tirania, só uma delas, a aristocracia, é boa. Da Democracia, se diz que “nasce quando os pobres, após haverem conquistado a vitória, matam alguns adversários, mandam outros para o exílio e dividem com os remanescentes, em condições paritárias, o Governo e os cargos públicos, sendo estes determinados, na maioria das vezes, pelo sorteio” (557a) e é caracterizada pela “licença”. O mesmo Platão, além disso, reproduz no Político a tradicional tripartição das formas puras e das formas degeneradas e a Democracia é aí definida como o “Governo do número” (29ld), “Governo de muitos” (302c) e “Governo da multidão” (303a).
Distinguindo as formas boas das formas más de Governo com base no critério da legalidade e da ilegalidade, a Democracia é, nesse livro, considerada a pior das formas boas e a menos má das formas más de Governo: “Sob todo o aspecto é fraca e não traz nem muito benefício nem muito dano, se a compararmos com outras formas, porque nela estão pulverizados os poderes em pequenas frações, entre muitos. Por isso, de todas as formas legais, é esta a mais infeliz, enquanto entre todas as que são contra a lei é a melhor. Se todas forem desenfreadas, é na Democracia que há mais vantagem para viver; por outro lado, se todas forem bem organizadas, é nela que há menor vantagem para viver” (303 a e b). Nas Leis, na tripartição clássica entra a bipartição (que depois de Maquiavel nos habituamos a chamar de moderna) entre as duas “matrizes das formas de Governo”, que são a monarquia cujo protótipo é o Estado persa e a democracia cujo protótipo é a cidade de Atenas. Ambas são, se bem que por razões opostas, más; uma, por excesso de autoridade e outra pelo excesso de liberdade. Até na variedade das classificações, a Democracia, uma vez mais, é objurgada como o regime da “liberdade bem desenfreada” (7016).
Na tipologia aristotélica, que distingue três formas puras e três formas corruptas, conforme o detentor do poder governa no interesse geral ou no interesse próprio, o “Governo da maioria” ou “da multidão”, distinto do Governo de um só ou do de poucos, é chamado “politia”, enquanto o nome de Democracia é atribuído à forma corrupta, sendo a mesma definida como o “Governo de vantagem para o pobre” e contraposta ao “Governo de vantagem para o monarca” (tirano) e ao “Governo de vantagem para os ricos” (oligarquia). A forma de Governo que, na tradição pós-aristotélica, se torna o Governo do povo ou de todos os cidadãos ou da maioria deles é no tratado aristotélico governo de maioria, somente enquanto Governo de pobres e é, portanto, Governo de uma parte contra a outra parte, embora da parte geralmente mais numerosa.
2. De acordo com sua leitura do texto acima, explique com as suas palavras, como podemos entender a tipologia aristotélica das três formas de governo.

Soluções para a tarefa

Respondido por RamboToxic
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Aristoteles baseou sua tipologia sobre a formação do governo a partir de três camadas, sendo ela: o governo de um só, a aristocracia e a república.

Vemos que a pólis foi desenvolvida baseada nesse entendimento sobre a sociedade, e com isso, o exercício da cidadania passou a ser colocado em prática naquele espaço, contribuindo para a democracia ocidental como um todo.

Para aprofundar o conhecimento, podemos apresentar a Aristocracia como uma forma de governo onde os nobres regiam a sociedade, modalidade diferente da democracia, onde o governo é promovido por todos os cidadãos, modalidade essa que está alinhada com a república, onde o povo é o soberano.

Sabendo disso, vemos que os filósofos daquele período foram chefes políticos e legisladores, buscando teorias que ajudassem na convivência de toda a população explicando não só o coletivo como o individual e como o homem se relaciona com o questionamento.

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