a) Que expressão foi usada para representar o narrador-personagem
no primeiro período? O que o leitor deduz sobre ele?
b) Essa expressão associa duas figuras de linguagem. Identifique-as e
explique sua resposta.
C) Reflita sobre o efeito de sentido produzido pelo adjetivo destacado
em "antiquíssimos olhos negros espreitavam" e reserva o trecho
de modo a transformá-lo em uma hiperbole.
d) Que figura de linguagem ocorre em "onde dançavam delicados ves-
tígios de poeira"? Explique o efeito expressivo produzido por ela.
e) Observe a repetição de e em "homem e mulheres e crianças de
outras épocas dependurados em molduras nas paredes". Qual é o
efeito expressivo produzido pela repetição?
f) A ideia apresentada na expressão acima é verossimil? Explique sua
resposta valendo-se do conhecimento das figuras de linguagem.
g) Que atmosfera é construída nesse trecho inicial do conto? Explique
sua resposta
Soluções para a tarefa
a) A expressão usada para representar o narrador é "pés magoados".
> O leitor pode deduzir que ele tenha caminhado muito até chegar onde está.
b) As duas figuras de linguagem são metonímia (pois a parte foi usada no lugar do todo) e personificação (pois foi atribuída uma característica humana aos pés).
c) Transformando o trecho em uma hipérbole:
"Os mais antigos olhos negros do mundo espreitavam." (é só uma sugestão)
d) Ocorre a figura de linguagem personificação, pois a ação de dançar foi atribuída à poeira.
e) O efeito expressivo produzido pela repetição do "e" é de ênfase na quantidade de pessoas (ou fotos) nas paredes.
f) Sim, é verossímil porque a expressão foi usada em sentido figurado, por meio da metonímia em que a representação (as fotos) foi substituída pelos seres reais.
g) A atmosfera é de sombra e mistério, pois o narrador está numa casa antiga, escura e cheia de fotos de pessoas atormentadas nas paredes.
Conto "A alegria", de Luiz Ruffato.
O narrador-personagem é chamado aqui por pés-magoados e foi uma maneira de indicar que o personagem caminhou e sofreu muito para chegar no momento em que se encontra.
Essa expressão se vale de duas figuras de linguagem: a metonímia, que se vale do uso de uma parte para representar o todo e a personificação, que atribui características humanas a algo - no caso, aqui, aos pés.
Figuras de linguagem, inclusive, podem ser utilizadas para transformar trechos. A hipérbole, que produz um exagero, poeira transformar o trecho destacado em: "os mais antigos olhos negros espreitavam", onde o exagero está em afirmar que os olhos são os mais antigos.
As figuras de linguagem também aparecem em outros trechos. O trecho "onde dançavam delicados vestígios de poeira" traz outra vez a personificação ao atribuir características humanas como "delicada" à poeira.
Outros artifícios linguísticos são utilizados no texto. "Homem e mulheres e crianças de outras épocas dependurados em molduras nas paredes" traz um efeito de ênfase pela repetição de "e" presente na construção da oração, de modo a reforçar a quantidade dos retratos.
Ainda junta-se a frase, a metonímia, levando a crer que ao invés de retratos, são pessoas reais, dando uma ideia de multidão.
No mais, o conto A alegria, de Luiz Ruffato, apresenta uma atmosfera sombria e misteriosa desde o seu início.
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